E existe ainda assim um recôndito doce e secreto que guardo só para mim.
Um plano secreto como um jardim fechado onde me encanto com o desabrochar das flores, as cores das libelinhas, os cheiros do mundo, o toque de uma pele de bebé, murmúrios aquáticos e cheiros de maresia.
Aí e só aí, respiro de outra forma, vejo tudo sem a aflição da areia que corre de um lado para o outro da ampulheta.
Espanto-me com as cores!
É confortável como um casaco de malha velho, já com o formato do nosso corpo.
Aí não existem compromissos, relógios de pulso, comunicações rápidas.
Aí e só aí, fico assim suspensa entre ser mulher e menina.
Não me inquietam as esperas, não me inquietam as nuvens ou as sombras.
Todos os dias tento construir mais um pouco desse espaço, enorme e minúsculo.
E vou construindo através da voz doce de um amigo, de um enroscar confortável, de olhar fugazmente para o rio e vê-lo assim com barquinhos de brincar, flamingos inesperados, gaivotas habituais, pinceladas de luz sobre as aguas, uma música que ouço fugazmente, apesar de saber que o céu é azul porque reflecte a água e a água é azul porque reflecte o céu, eu acho que sou assim porque no fundo me reflicto nestas pequenas coisas.
Um plano secreto como um jardim fechado onde me encanto com o desabrochar das flores, as cores das libelinhas, os cheiros do mundo, o toque de uma pele de bebé, murmúrios aquáticos e cheiros de maresia.
Aí e só aí, respiro de outra forma, vejo tudo sem a aflição da areia que corre de um lado para o outro da ampulheta.
Espanto-me com as cores!
É confortável como um casaco de malha velho, já com o formato do nosso corpo.
Aí não existem compromissos, relógios de pulso, comunicações rápidas.
Aí e só aí, fico assim suspensa entre ser mulher e menina.
Não me inquietam as esperas, não me inquietam as nuvens ou as sombras.
Todos os dias tento construir mais um pouco desse espaço, enorme e minúsculo.
E vou construindo através da voz doce de um amigo, de um enroscar confortável, de olhar fugazmente para o rio e vê-lo assim com barquinhos de brincar, flamingos inesperados, gaivotas habituais, pinceladas de luz sobre as aguas, uma música que ouço fugazmente, apesar de saber que o céu é azul porque reflecte a água e a água é azul porque reflecte o céu, eu acho que sou assim porque no fundo me reflicto nestas pequenas coisas.
Comentários
Gostava de fazer parte desse lugar secreto.
beijo
kl
Infelimente nos ultimos tempos, tenho falta de tempo para ter tempo para mim :(
beijinho
Um beijo.
Quando penso nestas coisas que tu pensas, penso :-como tudo poderia ser diferente , se diferente não fosse esta politica de rapina.
Bjos camarada.
Continua a construir o teu refúgio e guarda a chave. Por vezes precisamos de um refúgio, principalmente, quando olhamos para todos os lados e não vemos ajuda de lado nenhum.
Às vezes basta lá ir alguns segundos. Como o tempo é diferente entre dimensões uns segundos numa dimensão pode significar longos minutos noutra.
E como os tempos de hoje andam "frios" um bom refúgio é sempre bom para aquecer.
Beijos,
Zorze
Esta música do Tom Waits é belíssima.
Beijo
M.
ser mulher-menina é bom,continua a sê-lo...pinta a realidade com a cor dos teus sonhos...
obrigado e abraços do vale
Bonito o teu :)
Bjs
Korrosiva-Também eu por isso agarro assim momentos fugazes.
Fernando Samuel-Sempre a considerar-me!
José-Mas enquanto apesar das aves de rapina, pensarmos alguns assim, podemos fazer disto um sítio melhor.
Zorze-Se não tiver este refúgio, estou desgraçada!
Diogo-Faz mesmo muita falta. Adoro Tom Waits.
M-é assim…
Conde-Ainda bem que o tens.
Paulo-Resposta académica, acho que sim! Quando conseguimos descobrir uma pessoa com quem nos sintamos tão confortáveis como connosco, isto nada tem a ver com relações amorosas, mas alguém que nos leia e que nós consigamos ler, sem artifícios, sem esforço, que nem seja preciso muita conversa, só assim estar.
Sun-É essencial.
Beijos
Faço por isso e por pintar o quadro assim.
Uma beijo para o Vale
Caso contrário, estamos de tal modo expostos, que deixamos de ser nós próprios!
Eu gosto de me sentar à beira mar, fechar os olhos e respirar o ar, ouvir o marulhar das ondas, os sons distantes das gaivotas, respiro fundo e, passado pouco tempo, levito, a minha mente liberta-se, viaja, uma viajem só minha, é o meu estado Zen.
Ou então, quando o frio aperta, sento-me confortavelmente no sofá, escuto Mozart (Requiem é fabuloso), ou Carl Orff (Carmina Burana - Fortuna), ou Beethoven (Pastoral), ou Bach (Concertos Brandenburgueses ), ou Tchaikovsky (A sagração da Primavera), outros tantos, fecho os olhos, coloco o som DTS 5.1 e vivo num espaço só meu.
Xôxos
Ouss
Precisamos todos desse espaço exclusivo.
beijos