Hoje arrancaram-me um pedaço, um pedaço de memória.
Sinto-me sempre assim quando morre alguém que me é querido, alguém por quem nutro um carinho especial.
Mesmo que seja como hoje, alguém doente, alguém com uma longa vida já.
Hoje quem partiu, levou consigo uma vida rica de experiências, de ternuras, de amor e de amigos.
Olhando para ela não se dizia, pequena, franzina, não me lembro já quando começou a ser ela a ter de se esticar para me beijar.
Amou um homem apaixonadamente, um homem fascinante aliás, com quem convivi de perto sendo ele já velhote, que surpreendia pela lucidez, pela capacidade de apreensão do mundo, pela vontade de aprender e matraquear num computador mesmo tendo passado dos 80.
Viveram um amor estranho e invulgar, ela já tinha sido casada, numa época em que uma mulher separada e com um filho era uma vergonha, ele tinha abraçado uma causa para a vida.
A causa, naquela altura incluía a eventualidade de uma vida clandestina, a eventualidade de uma prisão politica, temperada com torturas.
Não importou, lutaram juntos, amaram-se com um exemplo profundo de dignidade, de respeito mútuo, viveram juntos as mudanças, a liberdade, outras vivências.
Ele morreu há uns anos, naquele dia também perdi um pedaço.
Hoje morreu ela…
Sinto-me sempre assim quando morre alguém que me é querido, alguém por quem nutro um carinho especial.
Mesmo que seja como hoje, alguém doente, alguém com uma longa vida já.
Hoje quem partiu, levou consigo uma vida rica de experiências, de ternuras, de amor e de amigos.
Olhando para ela não se dizia, pequena, franzina, não me lembro já quando começou a ser ela a ter de se esticar para me beijar.
Amou um homem apaixonadamente, um homem fascinante aliás, com quem convivi de perto sendo ele já velhote, que surpreendia pela lucidez, pela capacidade de apreensão do mundo, pela vontade de aprender e matraquear num computador mesmo tendo passado dos 80.
Viveram um amor estranho e invulgar, ela já tinha sido casada, numa época em que uma mulher separada e com um filho era uma vergonha, ele tinha abraçado uma causa para a vida.
A causa, naquela altura incluía a eventualidade de uma vida clandestina, a eventualidade de uma prisão politica, temperada com torturas.
Não importou, lutaram juntos, amaram-se com um exemplo profundo de dignidade, de respeito mútuo, viveram juntos as mudanças, a liberdade, outras vivências.
Ele morreu há uns anos, naquele dia também perdi um pedaço.
Hoje morreu ela…
Comentários
Por acaso acabei por saber por ti,indirectamente, também me falta um pedaço, é bonita a forma como descreves o amor deles.
Acho que temos um projecto para trabalhar, não sei como terás tempo...
um beijo
kl
Por acaso acabei por saber por ti,indirectamente, também me falta um pedaço, é bonita a forma como descreves o amor deles.
Acho que temos um projecto para trabalhar, não sei como terás tempo...
um beijo
kl
não perdeste um pedaço de ti,porque esse estará sempre presente nos teus pensamentos,sonhos e outros actos da mente...
a ausencia física doi,é verdade...
mas sempre houve presença...
e isso,sim,é que é... e perdura...
duartenovale com abraços
pelos amanhãs que cantam.
mais 1 beijo,
pedro (o teu menino)
mas isto também é vida.
um grande beijo.
(hoje um pouco maior)
E é um regresso: todos nós já estivemos «mortos» durante toda a eternidade passada. Eu estava «morto» em 1950, em 1900, no ano tempo do D. Afonso Henriques, no tempo de Ramsés, no começo do neolítico, no princípio da vida na Terra, na formação da galáxia... A morte futura é igual à morte passada = nada.
O que não significa que os que cá ficam não sintam a dor da perda.
Beijo
duarte-Como digo não era nova, estava doente, mas sei que vou estar á espera de a encontrar como habitualmente.
Pedrinho, meu menino-Pelos amanhãs que cantam...
Salvoconduto-Respeito-lhe imenso a memória.
pduarte-Também é vida!
Diogo-Eu que pensava que eu baralhador mor era o Zorze...agora sais-te com essas! Talvez seja como dizes.
beijos
Por muito que te custe, a realidade é que todos nós vamos morrer. Sem querer chocar, e daí?
Não te arrancaram um pedaço, ficaste foi com uma memória.
A consciência que referes já está na dimensão extrafísica.
Eu tenho sentido umas dores no peito na zona do coração. Se calhar, eu também me vou proximamente.
Ana, isto já é assim à milhares de anos.
Também já me habituei a velórios. É normal.
Beijos,
Zorze
Um beijo e força.
Um beijo grande.
As coisas são mesmo assim...
às vezes mudam de lugar e nós estranhamos!
Um beijo grande
"Always look on the bright side of life"
Um beijo
Um Bj
Beijo
Não sei conviver coma perda. Ainda não sei. Talvez um dia...
Beijinho