Tenho a adolescência estereofónica lá em casa.
Fomos apressados e produzimos dois rebentos em menos de dois anos.
Dois rapazões, que são sempre os meus meninos, com quem tenho a cegueira de não ver que já calçam o 45 e vestem roupas maiores que o pai.
Os meus meninos estão de férias, o que é muito mau.
Um desenvolveu um cordão umbilical com o computador, nos intervalos come e leva o cão á rua, toma banho e eventualmente sai para namorar.
O outro, também desenvolve amplamente as capacidades informática intervalando a coisa com namorico, idas á praia e passeios de bicicleta.
Até aqui tudo certo, se:
1º Não conseguissem fazer downloads de uma giga numa hora
2ºNão se deslocassem de quarto em quarto de hora á dispensa e ao frigorifico
Resultado:
1º Era meia-noite e pai incrédulo vociferava com o estado da conta da Internet ao segundo dia do mês.
Eles quase que alvitraram ser o cão a ter tal desvario informático.
Eles não foram.
A discussão prolonga-se pela noite dentro com troca de argumentos entre pai e filhos quase até a exasperação,tive de intervir, é esquecer, acabou-se a Internet até ordens maternais senão temos um problema familiar e conjugal á porta, só os nascidos anteriormente á ultima década do século passado tem autorização para aceder á Internet, lá em casa.
2º Só falta comerem as prateleiras da dispensa.
O frigorífico apresenta um ar tão povoado com o deserto do Saara.
Pão, bolachas, cerais, sumos, pacotes de leite, bifes, hambúrgueres, manteiga, fiambre, queijo, compotas, chocolates diversos, tudo se evapora a uma velocidade estonteante.
Calhou-me na sorte 2 rapazes, se fossem raparigas comiam menos, gastavam mais noutros arrebiques.
O esparguete é cozido aos pacotes inteiros, o bolo feito cá pela mãezinha ás oito da noite, tem um rasto de míseras migalhas no prato no outro dia de manhã.
Enfim com a crise que se instalou e o nível da minha conta bancária abaixo do mar, o pai olha para mim e diz “O queres tu fazer? São saudáveis, bons alunos e tirando estes fait-divers nunca deram chatices, que se lixe!”
Enfim resta-me ir reabastecer ao supermercado e pensar se neste cantinho á beira-mar plantado os filhos não serão um sinal exterior de riqueza.
Fomos apressados e produzimos dois rebentos em menos de dois anos.
Dois rapazões, que são sempre os meus meninos, com quem tenho a cegueira de não ver que já calçam o 45 e vestem roupas maiores que o pai.
Os meus meninos estão de férias, o que é muito mau.
Um desenvolveu um cordão umbilical com o computador, nos intervalos come e leva o cão á rua, toma banho e eventualmente sai para namorar.
O outro, também desenvolve amplamente as capacidades informática intervalando a coisa com namorico, idas á praia e passeios de bicicleta.
Até aqui tudo certo, se:
1º Não conseguissem fazer downloads de uma giga numa hora
2ºNão se deslocassem de quarto em quarto de hora á dispensa e ao frigorifico
Resultado:
1º Era meia-noite e pai incrédulo vociferava com o estado da conta da Internet ao segundo dia do mês.
Eles quase que alvitraram ser o cão a ter tal desvario informático.
Eles não foram.
A discussão prolonga-se pela noite dentro com troca de argumentos entre pai e filhos quase até a exasperação,tive de intervir, é esquecer, acabou-se a Internet até ordens maternais senão temos um problema familiar e conjugal á porta, só os nascidos anteriormente á ultima década do século passado tem autorização para aceder á Internet, lá em casa.
2º Só falta comerem as prateleiras da dispensa.
O frigorífico apresenta um ar tão povoado com o deserto do Saara.
Pão, bolachas, cerais, sumos, pacotes de leite, bifes, hambúrgueres, manteiga, fiambre, queijo, compotas, chocolates diversos, tudo se evapora a uma velocidade estonteante.
Calhou-me na sorte 2 rapazes, se fossem raparigas comiam menos, gastavam mais noutros arrebiques.
O esparguete é cozido aos pacotes inteiros, o bolo feito cá pela mãezinha ás oito da noite, tem um rasto de míseras migalhas no prato no outro dia de manhã.
Enfim com a crise que se instalou e o nível da minha conta bancária abaixo do mar, o pai olha para mim e diz “O queres tu fazer? São saudáveis, bons alunos e tirando estes fait-divers nunca deram chatices, que se lixe!”
Enfim resta-me ir reabastecer ao supermercado e pensar se neste cantinho á beira-mar plantado os filhos não serão um sinal exterior de riqueza.
Comentários
Os meus fazem o mesmo!
Caramba, este blogue arrepia, não seremos gémias separadas á nascença?!
Bonito, muito bonito...
Eu costumo dizer que o dinheiro mais bem gasto é aquele que, por definição social, é considerado mal gasto.
E quanto a contas de internet, nada melhor que um "pacote" sem limites.
Eu andei uns tempos a "poupar" e bastava deixar o consumo "descarrilar" um mês para se irem as poupanças de dois. Mudei para o tal pacote sem limites e pelo menos já sei que a conta é sempre a mesma.
Para o problema do "frigorífico" é que não há volta a dar. Os hipermercados ainda não fornecem "pacotes" de consumo ilimitado eheheh. É pena...
Beijinho.
;)
Que lhe posso dizer, faz parte do processo de crescimento e de facto é verdade os homens em crescimento comem este mundo e o outro também.
A net, dantes era rua e muita nas férias, quais telemoveis, nem se pensava que cada casa ia ter o seu computador.
O Crn não gostou da música anterior, mas eu gostei muito!
Esta então é uma maravilha ao tempo que eu não ouvia Tom Waits.
Na mouche!
Um GRANDE BEIJO
Imagino-a assim: alta, com umas curvinhas, olhos brilhantes, já sei morena e ainda em muito bom estado!
Tem amigos muitos que tem por si um carinho muito grande, tem estes amigos virtuais também.
Governa uma casa só com homens, é a menina.
Tem um bom gosto do caraças.
Pronto é comuna, mas isso não defeito!
Interveniente, activa, não se deixa ir abaixo com duas cantigas.
É atenta.
Como escreveu o Atever é uma grande pessoa.
Abençoado quem lhe construi o blogue.
Já plantaste a árvore e escreveste o livro?
Eu também fiz dois homens, já plantei duas árvores (no dia em que nasceram) só me falta o livros/s. Talvez fique para quando nos cortarem a blogosfera.
BJS
Você vai de férias, para um sitio com ou sem internet?
Muito tempo?
Qundo?
Onde?
Já fui ao blogue do José Gil para perceber porque é que é do contra e já percebi, claro!
Mas não interessa mesmo em campos opostos é o primeiro a reconhecer o seu talento e a sua escrita balsamica.
Se todos os opositores politicos fossem assim a chafarica andava melhor.
Já estou como ele, não deixe de ser comuna, não deixe de ser quem é.
Este texto genial, como sempre,intimista, a brincar fala de coisas sérias e muito importantes: a falta de cultura de rua dos jovens, o agarrar das novas tecnologias, o aumento do custo de vida, os filhos que crescem e para nós são sempre pequenos.
Beijos
Augusto
Anónimo 2/Eduardo/Anónimo 3/Augusto – Obrigado
Atever – Pois é!
Capitão – Pesam muito, mas ás vezes tenho muita saudade de os pegar ao colo.
Ferroadas – Tenho tido desafios para escrever um livro, não sei, estou a pensar no assunto. Árvores já plantei, não em terrenos meus, mas também conta. Desde que assim não fique a ser Homem (Era esse o conceito para ser homem-plantar uma árvore, fazer um filho, escrever um livro). Gosto de ser gaja.
Anónimo 4 – Já quer saber demais. Mas de férias desligo-me do dia-a-dia.
Eric – Se eu ainda cá estiver estás a vontade, mas se os conselhos fossem coisas muito boas vendiam-se (ou não, porque há muitas coisas boas que não são transaccionadas, felizmente).
beijitos a todos
Gabam-te os "posts", gabam-te a beleza...
;)
Um abraço
Anad
Bino - Estamos feitos.
Anad – Quatro é obra! Com dois já me vejo em palpos de aranha.
Crn-Já lá fui. Então desta música gostas?
Beijocas
O importante é os "putos serem irreverentes,responsáveis, saudáveis e com muita garra de viver!
Viva La vida!
bjc
Zé ferradura
.. e também escreve bem, muito boa!
Cumprimentos. Siga, siga.
Também estou a por a escrita em dia.
Ainda bem que gosta!´
Zé Ferradura - Isto são desabafos de mãe.
Uma bola de pano, num charco
Um sorriso traquina, um chuto
Na ladeira a correr, um arco
O céu no olhar, dum puto.
Uma fisga que atira a esperança
Um pardal de calções, astuto
E a força de ser criança
Contra a força dum chui, que é bruto.
Parecem bandos de pardais à solta
Os putos, os putos
São como índios, capitães da malta
Os putos, os putos
Mas quando a tarde cai
Vai-se a revolta
Sentam-se ao colo do pai
É a ternura que volta
E ouvem-no a falar do homem novo
São os putos deste povo
A aprenderem a ser homens.
As caricas brilhando na mão
A vontade que salta ao eixo
Um puto que diz que não
Se a porrada vier não deixo
Um berlinde abafado na escola
Um pião na algibeira sem cor
Um puto que pede esmola
Porque a fome lhe abafa a dor.
(Carlos do Carmo)
DEDICADO AOS PUTOS DE PORTUGAL, PUTOS COMO OS MEUS, OS TEUS E OS DE TODOS, SÓ NÃO QUERO QUE PEÇAM ESMOLA E JAMAIS DEIXAREI QUE TENHAM FOME, TÃO POUCO DOR, ESTÁ NAS MÃOS DE TODOS NÓS FAZER COM QUE OS NOSSOS PUTOS E PITAS, SEJAM FUTUROS CIDADÃOS CONSCIENTES, HONESTOS E JUSTOS.
pduarte-isso queria eu, um não sai (só para namoriscar), o outro sai muito e volta sempre cheio de fome.