
O meu avô materno tinha uma gabardina, acompanhou-o toda a vida de adulto, era uma gabardina inglesa comprada numa alfaiataria da Baixa.
O meu avô era um homem calmo, organizado, meticuloso, até picuinhas, ao que contam.
Era um ferroviário, transformando em pequeno comerciante, o que consta na documentação é industrial de panificação, para vender o pão fazia o contrapeso com pão do dia ao contrário da maioria que colmatava as gramas a menos em cada pão com uma fatia de pão duro, em casa consumia-se pão duro, dos roubos sofridos constam papo-secos roubados pela minha mãe e tias que desejavam comer pão fresco, tenho um relógio de bolso, de alpaca, com mostrador de esmalte que foi achado na porta da padaria e que esteve duas décadas pendurado na parede.
O meu avô tinha uma gabardine e apesar de ser padeiro, apesar de ter colocado as filhas a estudar, apesar de nunca ter existido fome lá em casa, havia frio e aquela gabardina tinha múltiplas funções, servia para ele vestir nos dias de inverno e de coberta das filhas na noite….
O meu avô era um homem calmo, organizado, meticuloso, até picuinhas, ao que contam.
Era um ferroviário, transformando em pequeno comerciante, o que consta na documentação é industrial de panificação, para vender o pão fazia o contrapeso com pão do dia ao contrário da maioria que colmatava as gramas a menos em cada pão com uma fatia de pão duro, em casa consumia-se pão duro, dos roubos sofridos constam papo-secos roubados pela minha mãe e tias que desejavam comer pão fresco, tenho um relógio de bolso, de alpaca, com mostrador de esmalte que foi achado na porta da padaria e que esteve duas décadas pendurado na parede.
O meu avô tinha uma gabardine e apesar de ser padeiro, apesar de ter colocado as filhas a estudar, apesar de nunca ter existido fome lá em casa, havia frio e aquela gabardina tinha múltiplas funções, servia para ele vestir nos dias de inverno e de coberta das filhas na noite….
Comentários
Mas a tecnologia, entretanto, evoluiu exponencialmente. Há cada vez menos coisas que a tecnologia não saiba fazer sozinha. Nunca, na história, houve tanta capacidade de produção como hoje. E, paradoxalmente, há cada vez mais gente a viver pior. A geração dos trinta anos para baixo parece amaldiçoada. Com curso ou sem curso não arranjam emprego em lado nenhum ou, quando arranjam, é a ganhar uma merda e a prazo. Isto exige uma revolução de cima a baixo. E não é preciso muito sangue. Basta o das sanguessugas da finança, dos monopólios e da corja da política. Meia dúzia de quilolitros, se tanto!
Beijo
Abraço!
Por falares no pão, sentia um prazer enorme visitar as padarias de antigamente, de madrugada, após alguma noitada e alí comer o pão acabado de sair do forno com manteiga que alguém, previdente, se encarregava de levar.
Abreijos
PS. Não sei porquê olhei para o relógio e deu-me uma vontade de ir a uma dessas padarias. Lá terei que fazer umas torradas...
Os tempos era dificeis, hoje não são faceis, poderiam ser pelo menos menos dificeis.
Tens razão com a tecnologia, já sabes que concordo totalmente que a tecnologia devia de ser utilizada para facilitar a vida em todas as suas vertentes, mas não...
Cidadão
Ainda esta semana a minha mãe me falou nisso...
Salvo
Uma torrada não se compara com pão fresco (quente) e que dizes do pãozito assim a sair do forno com manteiga e um café dos tais? Uhm?
Beijos
Um beijo.
Não conhecia essa história. Fazem parte da mesologia pessoal de cada um. Vivências reais que se bem interpretadas nos ensinam e dão-nos experiência para outras futuras com intervenientes diferentes.
Àparte da história e mencionando apenas o título. Com este calor desesperante é que te foste de lembrar de gabardines.
Queres torturar o pessoal?
Beijos,
Zorze