Publicidade!

Estar parada frente à televisão, mesmo por pouco tempo, faz-me ter raciocínios estranhos.
Principalmente com publicidade, eu explico, eu gosto de publicidade, há coisas em publicidade muito bem feitas e feitas por gente com muita categoria, relembro o slogan “O que é Nacional é bom”, que se não me engano é do Alexandre O’Neill e era dedicado ás Bolachas e massas, do “Minha lã, meu amor”, do Ary dos Santos.
Mais recentemente gosto da publicidade da Vodafone, o “Tou xim é p’ra mim!” ficou, os manos roucos dos festivais de Verão, já não acho tanta piada aos Reis Magos, mas pronto.
As cervejas também costumam ter bons anúncios, neste caso estou á vontade, nem gosto de cerveja, mas o anúncios da Superbock costumam ser muito bons, enquanto os da Sagres já são mais fraquitos.
Anúncios tristes costumam ser os dos bancos.
Já falei nisso, detestava aquele do homem cavalo, do Banif.
Agora passa outra pérola, que sinceramente me deixou parva, ou mais parva!
Um barco de teatro, em doca seca, cheio de gente vestida como figurantes de Revista, a cantar uma adaptação de uma música do Annie, “Thomorow”, cantor principal é um jovem imberbe, até que aparece a Bárbara Guimarães vestida como a Branca de Neve a reiterar a confiança no futuro, aparentemente numa Produção La Féria.
Ó caramba!
O Banco é o BCP Millenium, que o principal accionista era ou é aquele senhor que não dava emprego a mulheres, aquele que emprestou dinheiro ao filho, que depois coitado ficou sem meios de subsistência e como tal perdoaram-lhe os empréstimos.
A Bárbara Guimarães é aquela moça, que já teve uns programas razoáveis, noutra vida, foi casada com um rapaz de cabelo azul, depois separou-se, foi para a SIC, nunca mais fez nada de jeito, casou com o Carrilho, que foi ministro da Cultura, tentou ser dirigente do PS, Presidente de outras coisas, tem um ar afectado, tiveram um escândalo na cerimónia de casamento e tem um filho com um nome pouco republicano.
O anúncio destina-se a dar confiança e fazer acreditar que o futuro naquele banco é risonho.
Acredito que sim, para o senhor accionista principal, deste e doutros bancos, daqueles que receberam agora o carcanhol dos nossos impostos, aquele carcanhol que me retiram mensalmente no salário, que pago no IVA das batatas, do bife e do papel higiénico.
Aquele carcanhol que não serve para o meu filho que sempre foi bom aluno, porque eu tenho de pagar propinas, não serve para os meus cuidados de saúde, porque pago, taxas moderadoras, de internamento, etc., não serve tão pouco para as acessibilidades, porque daqui de onde moro para entrar na Capital, pago, sempre, Portagens (desde que me conheço que ando a pagar portagem na Ponte 25 de Abril), na Vasco da Gama, bilhete de barco, bilhete de qualquer coisa, só se for a pé por Vila Franca…
Portanto o futuro, a continuar assim será melhor para eles, para os banqueiros, provavelmente para a Bárbara Guimarães e para o seu esposo, duvido que a continuar assim seja melhor para os demais.
Ficam aqui dois anúncios que gosto!




Comentários

Diogo disse…
Os banqueiros terão sempre um futuro radioso até que uma percentagem razoável da população perceba como é que eles fazem dinheiro. A questão aqui é o «razoável».

Os anúncios do azeite Gallo são todos bons. Mostrar a família, o Alentejo, a paz dos campos e uma música de fundo extraordinária dá sempre resultado.

Beijo.
Anónimo disse…
O Titanic também se afundou...
O melhor é cuidarem-se.

Abreijos
LuisPVLopes disse…
Existem anúncios que são arte!
Outros apenas merda!... Infelizmente os dos bancos, são o que não passa disso mesmo, uma merda.
Talvez por retratarem tão bem as instituições bancárias, pelo menos, algumas. Retratam o Salgado E. Santo, o Jardim Gonçalves, todos eles, como numa foto de família, onde o governador do Banco de Portugal se encontra ao centro, com o único efeito de ser um potente laxante.

Xôxos

Ouss
Zorze disse…
Ana,

Cuidado com as mensagens sub-liminares!

Em Portugal tivemos anúncios fantásticos, como; restaurador OLEX, pasta medicinal COUTO, Regisconta (aquela Máquina!), OMO lava mais branco (os anúncios antigos), o das bombokas e claro o clássico Farinha Amparo.

Beijos,
Zorze
Paulo Lontro disse…
Esse filminho do banco consegue tirar-me do sério... e não é de alegria...
duarte disse…
eu misturava os anuncios dos bancos com o da vaselina...é que não é por nada, mas já custa!
O que me vale é que parti a antena de tv...ao menos assim ,não me estoiram com a paciência.
abraço
Ana
Se queres que te diga, já tinha visto a Bárbara pendurada na proa de um barco, com as roupas sopradas por fortes ventiladores eléctricos, mas nem tinha percebido para quem estava a fazer publicidade.
Os anúncios que mais me irritam são os encomendados por Belmiro de Azevedo, em cujo guião há sempre multidão de figurantes a olhar um ponto fixo no céu e um ar de felicidade beatífica (ou aparvalhada).
Os anúncios da Vodafone são, por regra, muito melhores que a própria Vodafone.
Bom tema
Bjs
samuel disse…
Vê a coisa pela positiva. Se daqui por uns anos estiveres numa discussão sobre anúncios de televisão, podes-te gabar de ter visto um dos piores da história da publicidade em Portugal... e ganhas! É intragável! :-)))

Abreijos
Eu vim mais uma vez só ouvir música...

:)

Beijocas e continua com a playlist
Ana Camarra disse…
Diogo-Pois até acordarem. Os anúncios do Gallo são sempre muito bons.

Salvoconduto-Aquele que nunca se afundaria, não era?

Sensei-Um laxante poderoso.

Zorze-E o coelhinho que foi com o Pai Natal no Comboio ao Circo?

Paulo Lontro-Acredito.

Duarte-Sabes o que é o zapping? O meu desporto de eleição frente á tv.

António Ferrão-Tens razão, nos do Belmiro fica tudo com ar de quem está a ver uma aparição. Aí vêm o queijo saloio com 5% de desconto e ficamos todos felizes…

Samuel-Pois, a publicidade tende a ser também espelho d resto.

André-Eu pensava que ainda assim gostavas dos escrevinhaços….


Beijos
Sunshine disse…
Ana

Esse anúncio deixa-me os cabelos em pé e só me apetece atirar uma coisa á televisão (coitada não tem culpa nenhuma), será que essas mentes brilhantes acham que as pessoas apreciam uma m**** daquelas !!??

Nos tempos que correm, por mais que procurem um sentido nesse anúncio não consigo descortinar (devo ser mesmo dahh).

Os que gostas também eu gosto. Essses sim, são pequenas obras de arte.

Bjs
Fernando Samuel disse…
houve um tempo - na década de 60 - em que estavam na publicidade pessoas como o Ary, o O'Neil, o Herberto Helder, o Redol... eu sei lá.
Daí a grande qualidade do «nossa» publicidade nesses tempos.


Um beijo.