O meu pai era um homem irreverente e com um sentido de humor único.
Como tal rodeava-se de amigos que se ajustavam a essas características.
Ainda hoje tenho familiaridades com sexagenários e septuagenários são explicadas pela invulgaridade, descontracção e proximidade com eles.
As histórias da Juventude deles são múltiplas, algumas davam bons filmes, sempre as escutamos em convívios, picnics, festas de aniversário, passagens de ano.
Hoje conto uma das minhas favoritas.
A praia favorita era a Arrábida, aliás eu fui feita na Arrábida, mas é claro que nos anos sessenta do século passado nem existiam tantos automóveis, nem transportes colectivos.
Por isso a ida à Arrábida era feita de múltiplas etapas de camioneta, percursos a pé e até boleias em carroças.
Lá foi o meu pai com o seu amigo G. homem inesperado, feio, baixo, com um sentido de humor desconcertante.
Na volta, o percurso era a pé até aos Casais da Serra, uma estafa.
Até que se vislumbra um raro automóvel, automaticamente esticam o polegar, ao aproximar da viatura reparam que o condutor era um Barreirense, pedante, que não suportavam, com suspeita de ser informador da PIDE.
O meu pai exclama “Porra e agora?!”
G. responde, “Deixa estar que eu trato de disso!”
O carro pára, sorridente o condutor pergunta “Precisam de boleia?”
G. pergunta com um ar altivo “Tem rádio?”
O Condutor responde “Não”
Com um gesto altivo G. responde:
“ENTÃO SIGA!”
Como tal rodeava-se de amigos que se ajustavam a essas características.
Ainda hoje tenho familiaridades com sexagenários e septuagenários são explicadas pela invulgaridade, descontracção e proximidade com eles.
As histórias da Juventude deles são múltiplas, algumas davam bons filmes, sempre as escutamos em convívios, picnics, festas de aniversário, passagens de ano.
Hoje conto uma das minhas favoritas.
A praia favorita era a Arrábida, aliás eu fui feita na Arrábida, mas é claro que nos anos sessenta do século passado nem existiam tantos automóveis, nem transportes colectivos.
Por isso a ida à Arrábida era feita de múltiplas etapas de camioneta, percursos a pé e até boleias em carroças.
Lá foi o meu pai com o seu amigo G. homem inesperado, feio, baixo, com um sentido de humor desconcertante.
Na volta, o percurso era a pé até aos Casais da Serra, uma estafa.
Até que se vislumbra um raro automóvel, automaticamente esticam o polegar, ao aproximar da viatura reparam que o condutor era um Barreirense, pedante, que não suportavam, com suspeita de ser informador da PIDE.
O meu pai exclama “Porra e agora?!”
G. responde, “Deixa estar que eu trato de disso!”
O carro pára, sorridente o condutor pergunta “Precisam de boleia?”
G. pergunta com um ar altivo “Tem rádio?”
O Condutor responde “Não”
Com um gesto altivo G. responde:
“ENTÃO SIGA!”
Comentários
Os mais velhos são a escola da vida. Têm licenciaturas e pós-graduações em experiências.
Achei a foto muito interessante!
Beijos,
Zorze
Abreijo
Acho que todos teriam um visinho assim...
abraços do vale.
Um beijo.
Salvoconduto-Não sabia, a Arrabida é um sitio mágico.
José Espremido-Pois existiam muitos...
Duarte-è uma maravilha.
Fernando Samuel-Eu adorava os Magustos, as passagens de ano, em que se juntavam os amigos do meu pai e contavam centenas destas histórias, espantosas, veridicas e cheias de bom humor.
Retive-as na memória, conto-as aos meus filhos, já agora acho que as posso contar aqui.
Beijos
Tendo em conta o enquadramento, podes e deves, um Agente da PIDE era de certeza...
beijos
Beijos