Esta história não é minha, é de alguém tão próximo que me a contou.
È uma pequena história cheia de banalidades,
A história de uma mulher, que numa fase da sua vida se viu confrontada com uma gravidez inesperada.
O milagre da concepção é muitas vezes este, não se concebe quando se quer e concebe-se quando não se quer de todo.
Não porque não temos coração para albergar mais um filho, temos, o coração é um órgão elástico, onde todos têm o seu espaço, o seu salão.
Mas aquela mulher já tinha filhos, vários, não importa quantos, quando se deu conta que dentro dela se desenvolvia outra vida.
Os tempos não eram fáceis, para certas pessoas nunca o são, são sempre difíceis.
Discutiu a questão, com o companheiro, pai dos filhos, parceiro na vida. Contas de sumir feitas, sim de sumir, não havia espaço para mais um, não havia possibilidade de mais uma criança estudar, de vestir mais uma criança, de alargar a vida a mais.
Haverá quem diga que há sempre, mas eles entenderam que não.
Então foi rebuscado e esquadrinhado dinheiro para resolver a questão, um aborto, um interrupção voluntária da gravidez, se bem que voluntária aqui é um eufemismo. Nenhuma mulher o fará alegremente, despreocupadamente, de consciência tranquila, voluntariamente.
E lá foi cruzando o Tejo, para longe da porta, acompanhada por outra mulher que já teria passado pelo mesmo aperto.
No barco o inesperado, não estava grávida, apenas um pequeno desacerto, daqueles desacertos que atormentam os organismos quando teimam em fazer o que querem desrespeitando horas, calendários e regras.
O primeiro assomo de alegria, foi suplantado pela indignação, a falta crónica de dinheiro, levava-a àquela situação, mas no entanto o dinheiro tinha aparecido face a tal imprevisto.
Não voltou para trás, esbanjou aquele pecúlio em luxos sempre negados, cinema, meias de seda, cortes de tecido, lanche em pastelaria, pequenos luxos sempre negados.
Voltou para casa, deitou-se, a preocupação do companheiro, fez com que naquele dia ele fizesse o comer, tratasse dos filhos, se desdobrasse em carinhos e atenções. Ela deitada quieta, aproveitou aquele luxo até ao fim com a certeza que no dia seguinte teria de se levantar de madrugada, preparar almoços e marmitas, trabalhar lado a lado com ele, limpar a casa, lavar a roupa, fazer o comer, partilhar outra vez a aflição crónica de contar tostões, fazendo divisões e multiplicações impossíveis.
È uma pequena história cheia de banalidades,
A história de uma mulher, que numa fase da sua vida se viu confrontada com uma gravidez inesperada.
O milagre da concepção é muitas vezes este, não se concebe quando se quer e concebe-se quando não se quer de todo.
Não porque não temos coração para albergar mais um filho, temos, o coração é um órgão elástico, onde todos têm o seu espaço, o seu salão.
Mas aquela mulher já tinha filhos, vários, não importa quantos, quando se deu conta que dentro dela se desenvolvia outra vida.
Os tempos não eram fáceis, para certas pessoas nunca o são, são sempre difíceis.
Discutiu a questão, com o companheiro, pai dos filhos, parceiro na vida. Contas de sumir feitas, sim de sumir, não havia espaço para mais um, não havia possibilidade de mais uma criança estudar, de vestir mais uma criança, de alargar a vida a mais.
Haverá quem diga que há sempre, mas eles entenderam que não.
Então foi rebuscado e esquadrinhado dinheiro para resolver a questão, um aborto, um interrupção voluntária da gravidez, se bem que voluntária aqui é um eufemismo. Nenhuma mulher o fará alegremente, despreocupadamente, de consciência tranquila, voluntariamente.
E lá foi cruzando o Tejo, para longe da porta, acompanhada por outra mulher que já teria passado pelo mesmo aperto.
No barco o inesperado, não estava grávida, apenas um pequeno desacerto, daqueles desacertos que atormentam os organismos quando teimam em fazer o que querem desrespeitando horas, calendários e regras.
O primeiro assomo de alegria, foi suplantado pela indignação, a falta crónica de dinheiro, levava-a àquela situação, mas no entanto o dinheiro tinha aparecido face a tal imprevisto.
Não voltou para trás, esbanjou aquele pecúlio em luxos sempre negados, cinema, meias de seda, cortes de tecido, lanche em pastelaria, pequenos luxos sempre negados.
Voltou para casa, deitou-se, a preocupação do companheiro, fez com que naquele dia ele fizesse o comer, tratasse dos filhos, se desdobrasse em carinhos e atenções. Ela deitada quieta, aproveitou aquele luxo até ao fim com a certeza que no dia seguinte teria de se levantar de madrugada, preparar almoços e marmitas, trabalhar lado a lado com ele, limpar a casa, lavar a roupa, fazer o comer, partilhar outra vez a aflição crónica de contar tostões, fazendo divisões e multiplicações impossíveis.
Comentários
Mais uma história fabulosa!
Afinal quem ia passar por esse tormento, fisico e psicológico, era ela.
Mais uma história rica em conteúdo humano e a forma intimista como a contas e fantástica.
Bjs & Abraços :)
Um bocado egoista, mas, provavelmente rrombada pela situação.
A revolução é hoje!
E o companheiro ralado e falido! Tss, tss, tss!
Beijo
beijinho
de querer...
de saber...
de ficar...!
História de vida, da verdade das nossas vidas!
Beijo
Ausenda
Sun- O mal destas histórias é que as mulheres é carregam a gravidez ou a sua interrupção.
Diogo-Falidos estavam sempre.
Korrosiva-Acho que só as mulheres podem entender o que será este dilema.
Ausenda-Uma verdade que muita gente quer tapar.
~
beijos
A mulheres é que carregam estas cenas!
beijos
Abreijo
Bruxo!
Beijo
Muito bonito.
Um beijo.
Um dia especial, sem dúvida.
Conde
Conto-a á minha maneira, já sabes!
beijos
Xôxos
Ouss