Teatro Amador

Dedico este texto ao Amigo Luciano Barata


O Barreiro sempre teve uma grande tradição de teatro amador, impressionante o número de Colectividades que ainda ostentam o título de Grupo Dramático.
Existem imensas histórias sobre as peripécias do teatro amador, aliás o teatro tem um mistério, ninguém percebe como mas quando abre o pano tudo se compõe.
Uma das histórias que ouvi desde miúda tem a ver com a capacidade de improviso, numa peça, não sei já se em cena no 22 de Novembro ou nos Franceses, a cena era a seguinte:
Uma mulher, adúltera, lê a carta do amante, o marido entra em cena, ela queima a carta o marido exclama: “Cheira-me a papéis queimados!”.
O problema é que ninguém colocou a caixa de fósforos no cenário.
Portanto não se podia queimar a infame carta.
A actriz amadora, rasga a carta.
O suposto marido entra em cena e diz:
“Cheira-me a papéis rasgados!”

Digam lá se não é uma delícia?

Comentários

Anónimo disse…
eheheh... sem duvida!
DELICIOSO!!! ;)

Bom fim de semana Ana, beijinhos :)
duarte disse…
e pronto ana...deixaste-me com saudades.
lembro-me de ano e meio que passei em santarem...que bom... o ruido da sala,enquanto andamos pelos bastidores...os risos e sorrisos das crianças...a cumplicidade e solidariedade entre os actores em palco...as palmas... o cópito da praxe depois do espectáculo...as viagems a mil e uma terra...voltava a viver isto tudo e se fosse preciso, de graça!
obrigado por te lembrares de essa nobre arte.
duartenovale
ahahahahahaha...lindo !!! vicissitudes do teatro amador,..e ás vezes também do profissional...!!!
Anónimo disse…
Não resisto pois a contar-te outra:
Uma das colectividades de Avintes (freguesia de V. N. de Gaia)levou à cena, no Sá da Bandeira, uma peça sobre Cristo na cruz. Adiantando, estava Cristo na Cruz envolto naqueles papeis de que não sei o nome mas que que usam nos santos populares, pois a colectividade era pobre, contemplando Madalena, na base da cruz, a determinada altura foi forçado a dizer: Ai Madalena, Madalena, afasta para lá essa marmelada se não ainda rasgo a papelada!...

Mais a sério, uma das peças em que participei e que foi integralmente cortada pela censura, em que fazia o papel de criado apenas dizia: "sim, senhor". Vês a minha frustação.
Em sinal de protesto representámos a peça em mímica e foi o cabo dos trabalhos em Vila Real, a tal ponto que Manuel Alegre se fez eco em Argel.

Nessa noite chorei de raiva.
Anónimo disse…
Haja Cultura miga... Kisses
Anónimo disse…
Uma palavra: fabuloso...
Fernando Samuel disse…
Sem dúvida: é uma maravilha (e a do salvoconduto, também)



Um beijo.
Anónimo disse…
Ana

E eu a pensar que ias contar as tuas experiências de teatro amador.
Sim, porque eu lembro-me de te ver a actuar no Salão da Igreja do Lavradio!
E muito bem.

um beijo
Diogo disse…
«O suposto marido entra em cena e diz: “Cheira-me a papéis rasgados!”»

Acho um «rasgo» de génio do marido. Um marido assim não merece um par de palitos. Ou, se merece, que lhe concedam, pelo menos, duas amantes. É da mais elementar justiça (não obstante a barriga, o bigode e o chapéu).

Beijo
M. disse…
Não é giro nem é bonito... é lindo!

Obrigado pelo vídeo, Ana. Muito bom.

M.
Zorze disse…
Ana,

Isto se chama, transcender num momento de aperto.

Beijos,
Zorze
Anónimo disse…
Porque é o que faz falta... Vamos acordar a malta...

Avisemos os Povos... Bora daí, bora!

(Bom Fim de Semana e Muita Luta!)
J. Maldonado disse…
É pena vivermos num país onde a cultura é um privilégio e não um direito... :|
De facto o teatro, nomeadamente o amador, devia merecer mais apoios do ministério de tutela, pois acredito que pelo nosso país, existam inúmeras companhias de teatro bastante talentosas. Uma prova disso é o episódio que relatas... ;)
Eric Blair disse…
agora parecias o hermano saraiva, e mais não digo
Anónimo disse…
Ana
...E quem nos dera, termos muito teatro desse, mas, infelizmente....
Agora por cheirar, fizeste-me lembrar aquela adivinha " o que é que cheira a merda e não é merda?
Quem soer diga!
bjos
Ana Camarra disse…
Korrosiva-Sem duvida, sem espinhas, limpinho!

Duarte-Também fiz umas brincadeiras de Teatro Amador, muito poucas, há muito tempo, é um ambiente muito giro!

Cidadão do Mundo-è o mesmo…

Salvoconduto- A tua é outro doce!


Ludo Rex-Haja Pois.

AP-Ainda bem que gostas!

Fernando Samuel-A do salvoconduto também não me vou esquecer…

Diogo-Um rasgo, sem dúvida.

M. – è girolindo, não tem nada que agradecer, foi de vontade.

Zorze-Pois será!

Maldonado-Existem montes, o teatro é uma óptima escola eu passei a ser muito mais desinibida e a ter mais confiança em mim depois de ter feito um pequeno Curso de expressão dramática, o teatro é um mundo, pelos textos, interpretações, por estarmos sem rede com o publico ali, pelas artes que não se pensa mas estão lá, essenciais (luz, guarda roupa, cenários, musica, encenação, etc…)

José (Poesia) – Agora lembro-me de várias respostas, mas não devo, tanta coisa que me cheira como tal…


Beijos
Luciano Barata disse…
(2ª Via)
Ana
Foi bonita a surpresa de, ao visitar o teu blog, ler este episódio já conhecido, mas que tão bem ilustra o poder de improvisação
dos actores. Actores, cada vez melhor preparados, neste Teatro que cada vez mais exige que seja tratado apenas por Teatro, ora desempenhado por profissionais ou por amadores como é o caso.
Surpresa ainda maior, porque o texto que me dedicaste nesse dia,foi como que mais um presente
de aniversário
Agradeço, Ana!
Ana Camarra disse…
Luciano

Não sabia que era altura do teu aniversário, mas quando me lembrei de contar esta história sobejamente conhecida no Barreiro, lembrei-me de ti, logo na hora.
Hoje para mim personificas um pouco o espirito do Teatro amador no Barreiro.

Beijos e Parabens
Anónimo disse…
Ana
Mais uma vez obrigado... E se me permites, não chames amador ao teatro, mas sim:teatro de amadores.
Desculpa o preciosísmo.
Beijinho!
Ana Camarra disse…
Luciano

são preciosismos que passam ao lado dos outros, não é por mal...
poderemos dizer que são amantes de teatro que também exercem outras profissões....:)

Beijos
Ana Camarra disse…
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