Únicos


Há momentos irrepetíveis!
Ou melhor, todos os momentos são irrepetíveis, todos.
È mentira dizermos que os dias são sempre iguais, não são.
Alguns parecem um carrossel de deja-vu, mas ainda assim diferente.
O primeiro beijo não será repetido, mesmo que se repita o gesto, o carinho, milhões de vezes, serão todos diferentes.
O primeiro sorriso, a primeira palavra, o primeiro passo, o primeiro choro….
Iremos, chorar, falar, andar, sorrir, rir mesmo á gargalhada, muitas vezes, imensas, mas não serão os mesmos.
Podemos tentar recriar muita coisa, mas será outro momento, não interessa que se faça o mesmo trajecto, que se marque mesa no mesmo restaurante, que se vista a mesma roupa, que se use o mesmo perfume, não interessa…

Mesmo outros momentos, como repetir a eterna madrugada de 25 de Abril de 1974, aquele nevoeiro a dissipar-se em gritos de Liberdade e cravos rubros...
Como repetir aquele imenso 1º de Maio de união, alegria, fraternidade…
Como repetir o esplendor de uma flor acabada de desabrochar, a surpresa de um cheiro ou sabor novo, ou o primeiro toque, o primeiro olhar, a primeira vez que vemos o mar?
Não podemos é impossível, por muitas teorias, os momentos são todos diferentes.
Por isso resta-nos encarar todos os momentos como o esplendor de uma flor, acabada de desabrochar.

Comentários

Rui Silva disse…
Deve ser por isso que se diz que não se deve de voltar ao lugar onde já se foi feliz.
Anónimo disse…
Delicioso texto... É como tu bem dizes, todos os momentos irrepetíveis, todos...
Kisses
Anónimo disse…
Ainda há coisas que se podem repetir, como a visita aqui ao teu cantinho.

Abreijo e boa semana.
Ana Camarra disse…
Conde

Eu acho que se deve sempre voltar onde fomos felizes, sempre...

Ludo Rex

São todos únicos.

Salvoconduto

Ainda assim quando voltas já escrevi mais qualquer coisa ou mudei as musicas....

Beijos
Zorze disse…
Por isso existe o Presente como momento único. Que justifica o Passado e o Futuro.

O Presente é vivido e sentido. Depois resta o Passado e o Futuro. O Presente é só uma vez.

Beijos,
Zorze
samuel disse…
Como o primeiro e último... sempre e sempre, novo...
Ana Camarra disse…
Zorze - Pois o presente é sempre só uma vez!

Samuel- Novo a estrear!

Beijos
Anónimo disse…
Ana,
Sempre novo, a vida só pode ser isso mesmo, uma novidade cada dia.

A revolução é hoje!
PDuarte disse…
"O primeiro beijo não será repetido, mesmo que se repita o gesto, o carinho, milhões de vezes, serão todos diferentes."
Acho que nem o gesto conseguimos reptir.
Jámais tremeremos os labios como trememos no primeiro beijo.
Ana Camarra disse…
CRN - Aí está a grande aventura!

Pduarte-Pois não, não se consegue, mesmo.


beijos
Anónimo disse…
Pois é, lindo como é costume!

Eu fui tão feliz no 25 de Abril de 74, no 1º de Maio e nos dias que se seguiram.
Era jovem mas sabia bem o que era o fascismo e o medo constante de entregar informação a pessoa errada ou ser surpreendida durante a noite pela PIDE.
Mas claro a tal maioria silenciosa, os tais que não se deram por vencidos e que no dia 25 á noite já conspiravam, conseguiram, escudados na palavra socialismo ou nos altares de muitas igrejas, vencer a nossa festa, a festa do povo.
Não venceram a nossa razão, o nosso querer, pois eu estou em crer que vêm por dias mais clarinhos ainda antes da Primavera
Voltarei então aos lugares onde fui feliz, nessa madrugada!

Abraços

Lagartinha de Alhos Vedros
Ana Camarra disse…
Lagartinha

Não venceram a razão, não isso nem.
Nem a alegria.
Portanto temos de construir eternamente momentos novos e únicos, irrepetiveis.

beijos
LuisPVLopes disse…
Tal como uma molécula de água jamais voltará a passar no mesmo leito do rio, assim são os momentos, desde os mais banais aos mais especiais, apenas a memória guardará, os que consideramos importantes.
Sem dúvida que o 25 de Abril foi o momento que mais marcou milhões de pessoas. Umas pelo seu contentamento, penso que a maioria delas. Outras pelo seu descontentamento, seguramente uma minoria. Mas enquanto a maioria celebrava novos sentimentos, como os da solidariedade e da fraternidade em Liberdade, outra novidade!... Já na sombra congeminavam aqueles que minoritariamente, detinham o estigma financeiro, que atrairia a traição de quem se afirmava defensor de Abril de 74 e da maioria, tendo Abril perecido fisicamente em 25 de Novembro de 75, pela mão da besta que se escondeu na palavra socialismo.
Mas o espírito de Abri de 74, não conseguiu essa besta matar, ainda que hoje e todos os dias o tentem, ele persiste em todos os que jamais o esquecerão, somos e seremos sempre a maioria, ainda que essa maioria, na sua grande parte o não saiba e persista na latência, em breve acordará e aí, não será apenas uma molécula de água a passar no leito do rio, mas sim uma grande enxurrada, onde o rio transbordará e a besta perecerá.
É a natureza, mesmo a humana, ninguém a pode deter quando esta decide repor a normalidade e, a justiça natural. Quem ousar tentar, seu fim encontrará!... Pois a harmonia entre os homens e com a natureza chegou.

Ouss
F Nando disse…
Que bom não apagar da memória esses momentos e mesmo a calhar:

http://marius708.com.sapo.pt/Cantores%20de%20Intervencao.html

Foi uma agradavel surpresa de momentos que ficam PARA SEMPRE
Ana Camarra disse…
Sensei - Isto dará a volta.

F Nando - Já conhecia mas fica aqui o link para quem quiser, vale a pena, obrigado.

beijos
Fernando Samuel disse…
Bonito texto! - a mostrar-nos que a vida é irrepetível...


Um beijo amigo.
Ana Camarra disse…
Fernando Samuel

E é!

beijos
Ana Camarra disse…
Fernando Samuel

E é!

beijos