Formas de amar!

Há tantas formas de amar.
Há quem ame de forma doentia como um avarento, tentando sufocar o outro, reduzi-lo, prende-lo, controlando cada passo, cada olhar cada respirar.
Má forma essa.
Depois há quem ame o outro sem o amar, quem queira transforma-lo, mudar a sua essência, a sua postura, o seu íntimo.
Não é grande coisa.
Há amores não correspondidos, são tristes, o amor só é amor quando correspondido.
Um amor por muito grande que seja não é divisível.
Há outros verbos de amar.

Há amores incondicionais, de quem gosta assim na medida do outro, só e apenas, e o aceita com alegria da forma que tem.
Há outros amores incondicionais, de pais e filhos e netos, eu sei que não são todos, mas esses são os mais frequentes.

Há ainda amores incondicionais fraternais, por fraternais, não são só de irmãos, são de amigos, que é espécie de irmão de escolha.
São feitos de teias de cumplicidades, recordações, gargalhadas, algumas discussões e desaguisados que sabemos não deixam marca.
Há ainda amores de amantes que são amigos, passam a amantes sem despir a pele de amigo e até podem voltar a despir a pele de amante, ficar sempre amigos, é mais uma cumplicidade, mais uma memória, sem dor.
Há ainda o amor-próprio, fundamental.
E o amor a outras coisas, á liberdade, á justiça, á dignidade, á vida.
Imprescindíveis, temos espaço para todos.

Comentários

Anónimo disse…
Esqueceste-te de um, aqueles que se amam ao espelho. Crei que será o pior deles todos.

Bom fim de semana.
Ana Camarra disse…
salvoconduto

Pois foi!

Esse é mesmo mau!

Beijos
Diogo disse…
Nos amores que já senti, e nos que me dedicaram, acho que estão todos na tua lista. É também assim, a vida.
Fernando Samuel disse…
É claro que, como insinuas, alguns desses amores que referes não são propriamente amores: são contrafacções do amor...

(Já agora: a meu ver, a amizade é uma forma superior de amor)

Um beijo.
Ana Camarra disse…
Diogo – pois também já provei de todos, alguns são muito amargos e deixam marcas.

Fernando Samuel – Não tenho dúvidas que a amizade é uma espécie de amor, nenhumas.

beijos
J. Maldonado disse…
É um conceito bastante amplo, que se presta a ambiguidades.
Recomendo-te a leitura desta obra relativamente a este assunto: A Arte de amar, Erich Fromm. Aliás, cito-a neste post:

http://a-terceira-via.blogspot.com/2008/08/os-objectos-de-amor.html

Erich Fromm é um estudioso que aprecio bastante, pois tem excelentes análises sobre a sociedade moderna, numa perspectiva da psicologia social.
DML disse…
Todos esse tipos de amor fazem parte da nossa jornada de vida.. As várias experiencias de amor fazem com que vejamos a seguinte de maneira diferente. Aprendemos com os erros, com as marcas que nos deixaram. Chegamos a um ponto que ja quase sabemos o que é o amor, mas nem camões sabia..

Viva o AMOR!

Se houvesse mais amor ao proximo neste mundo, muitos problemas estavam resolvidos!

***
Mário Pinto disse…
Ana,
Mas existe quem nasce sem capacidade de amar, aqueles que, na esperança que mudem, nunca veremos mudar.

A revolução é hoje!
LuisPVLopes disse…
Ás tantas perco-me, como nem sempre me apetece comentar, embora leia sempre tudo o que escreves, às vezes apetece-me só contemplar, procurar algumas cumplicidades, ficar assim, só com os pensamentos, mas no entanto com tantos comentários que se desenvolvem em mim, retenho-os, ficam só para mim. Egoísmo?!... Talvez!...E porque não?
Amar também é isso, dar e ter liberdade.
Mac Adame disse…
E há o ménage-a-trois, ou lá o que é. Beijinhos e não leves a mal, mas não tinha nada de jeito para dizer, que este post é muito difícil de comentar.
ferroadas disse…
Olá

....amor, é como um pássaro livre, no alto da madrugada....

BJS
Ana Camarra disse…
Maldonado – Irei ver.

DML - O Amor sentimos, só isso.

CRN – Pois também há desses.

Sensei – Estás à vontade.

Mac – amigo és livre de falares do que quiseres, acho que sim que existe a trois, nunca provei, nem me sinto tentada, acho que dois é o ideal, mais é multidão.

Ferroadas – Também.

Beijos
Zorze disse…
O amor, o amor...

Tanta confusão que fazemos que baralhamos tudo e voltamos a dar. Sem saber muito bem o que fazemos. A incerteza dá o sal, o tempero, o adorar de arriscar sem ter certezas.

"Há ainda amores de amantes que são amigos, passam a amantes sem despir a pele de amigo e até podem voltar a despir a pele de amante, ficar sempre amigos, é mais uma cumplicidade, mais uma memória, sem dor."
Tens de explicar melhor esta tese. Em que é que ficamos? O desgraçado é amante ou amigo?

Beijos,
Zorze
Ana Camarra disse…
Zorze

Explico-te a tese do amante/amigo quando me explicares os monstros.
Está bem?

beijos
Anónimo disse…
Ana,
Exemplo de tal é alguma corja politica.

A revolução é hoje!
Anónimo disse…
como alguém disse em cima, também acho que alguns desses amores não serão bem amores... resultam antes da falta de amor próprio de certas pessoas.
bom domingo!
pbruno
http://pbruno.wordpress.com/