Existem assim coisas que me irritam e me cansam solenemente.
Solenemente é uma palavra que lembra chatices, silêncios impostos, discursos chatos, roupas desconfortáveis e sapatos apertados. Acho que não existe nada pior que uma coisa solene.
São assim coisas pequenas, os meus meninos sem amor, o alcatrão quente, as pessoas estúpidas, os boatos, as noticias do Cristiano Ronaldo até exaustão, quero lá saber se deu ou não uma queca com a Paris Hilton, se deu bom proveito, a roupa que tenho que estender logo de manhã, os pombos, a impotência para sozinha resolver os males do mundo, um mosquito que me picou no pulso, os telemóveis completamente histéricos, as contas à vida e morte, as saudades do mar e que me digam que vai tudo correr bem, o livro que me apetecia continuar a ler num descanso sem apitos, a estrada pejada de condutores que não foram aquelas aulas de código em que se falou dos piscas, ou dos stops, de peões que escolhem o espaço a dez metros da passadeira para atravessar ou esperam pacientemente que o sinal fique verde para os carros e vermelho para os peões.
São também as tarefas que não me apetece cumprir, as discussões que não me apetece arbitrar, os conflitos que não me apetece mediar, sempre nesta onda de pomba da paz, logo eu que nem gosto muito de pombos, nem vivos nem mortos, mesmo com muito alho, gosto de rolas com aquele cantar da infância, o rádio do carro que deixa de funcionar e fica mudo, a fruteira absurdamente teimosa que se vaza, acho que de noite aquele cesto de ar rústico come o seu conteúdo só para me irritar, irrita-me também a fruta sem cheiro, as pastilhas elásticas atiradas para o chão, o pessoal que nunca pensou nas vantagens de usar desodorizante, os chicos espertos, as chamadas anónimas, os contentores queimados, os jornais com restos de peixe ao sol para os gatos vadios, este meu feitio estúpido que me faz no fundo pensar sempre que não sou capaz ou que o terramoto nos confins da Patagónia, o dilúvio na China, o furacão nas Caraíbas podem acontecer por algo que eu fiz, ou não fiz, talvez por não ter reciclado tudo ou por uma vez ter poluído o rio com uma beata, as pedritas que entram nos sapatos, também me irritam, solenemente.
Solenemente é uma palavra que lembra chatices, silêncios impostos, discursos chatos, roupas desconfortáveis e sapatos apertados. Acho que não existe nada pior que uma coisa solene.
São assim coisas pequenas, os meus meninos sem amor, o alcatrão quente, as pessoas estúpidas, os boatos, as noticias do Cristiano Ronaldo até exaustão, quero lá saber se deu ou não uma queca com a Paris Hilton, se deu bom proveito, a roupa que tenho que estender logo de manhã, os pombos, a impotência para sozinha resolver os males do mundo, um mosquito que me picou no pulso, os telemóveis completamente histéricos, as contas à vida e morte, as saudades do mar e que me digam que vai tudo correr bem, o livro que me apetecia continuar a ler num descanso sem apitos, a estrada pejada de condutores que não foram aquelas aulas de código em que se falou dos piscas, ou dos stops, de peões que escolhem o espaço a dez metros da passadeira para atravessar ou esperam pacientemente que o sinal fique verde para os carros e vermelho para os peões.
São também as tarefas que não me apetece cumprir, as discussões que não me apetece arbitrar, os conflitos que não me apetece mediar, sempre nesta onda de pomba da paz, logo eu que nem gosto muito de pombos, nem vivos nem mortos, mesmo com muito alho, gosto de rolas com aquele cantar da infância, o rádio do carro que deixa de funcionar e fica mudo, a fruteira absurdamente teimosa que se vaza, acho que de noite aquele cesto de ar rústico come o seu conteúdo só para me irritar, irrita-me também a fruta sem cheiro, as pastilhas elásticas atiradas para o chão, o pessoal que nunca pensou nas vantagens de usar desodorizante, os chicos espertos, as chamadas anónimas, os contentores queimados, os jornais com restos de peixe ao sol para os gatos vadios, este meu feitio estúpido que me faz no fundo pensar sempre que não sou capaz ou que o terramoto nos confins da Patagónia, o dilúvio na China, o furacão nas Caraíbas podem acontecer por algo que eu fiz, ou não fiz, talvez por não ter reciclado tudo ou por uma vez ter poluído o rio com uma beata, as pedritas que entram nos sapatos, também me irritam, solenemente.
Comentários
Vejam o artigo sobre a "barraca" do sindicato amarelo SINTAP na Câmara Municipal do Seixal no blogue O Flamingo.
a alma aprende o sentimento do mundo!
Abraço!
Movimento das Palavras Armadas-Temos de ter refugios.
Mugabe-Eu juro que seguia o teu conselho de boa vontade, adorava, mas não tenho arcaboiço financeiro para isso...
beijos
Um beijo.
Uma das teorias do caos:
- O simples bater das asas de uma borboleta, pode originar um furacão no outro lado do mundo.
As pedrinhas no sapato chateiam, de facto.
Se uma invadir o teu calçado, esperneia discretamente, se não resultar, descalça-te, tira a pedra, volta a calçar-te. E continua.
Se outra pedrinha entrar, repete o procedimento e continua.
Até as pedrinhas se cansarem e solenemente jurarem:
- Agora vamos chatear outro(a).
Tudo tem sentido, depende da forma como "vemos".
Beijos,
Zorze
Abreijo.
Solenemente falando, é tudo uma chatice. Se calhar umas férias aim mesmo a calhar.
Bjs.
Ainda bem.
Zorze
As pedritas são metáforas….
Conde
Pronto….
Diogo
È o que nos safa, embora rotinas seja daquelas coisas que não me alegram, mas se te faz bem vires cá fico feliz!
Samuel
Apesar da loucura aparente acho que vou tendo a sanidade mental necessária.
Casadegentedoida
Iam, iam, mas ainda falta!
Beijos