Pinheiros nórdicos e palmeiras!



Há quem diga que as nossas florestas não são originalmente constituídas por pinheiros, admito que sim, mas na ocupação romana já se referem os pinheiros, as pinhas e os pinhões desta zona da península, portanto ganharam o seus direitos, eu adoro uma copa de um pinheiro manso, adorava ter um para uso exclusivo, dormir na sua sombra, ouvir o estalar da sua casca e sentir o peganhento da sua resina, pendurar uma rede, sentir aquele cheiro pela manhã, ver as agulhas sempre verdes molhadas pela chuva.
No entanto os arquitectos paisagistas ou simplesmente os empresários de gosto duvidoso enchem empreendimentos turísticos, marginais de palmeiras e pinheiros nórdicos, a mim faz-me impressão a plantação de palmeiras em zonas balneares, não é por nada, acho as palmeiras bonitas, mas tem o seu sitio, noutros locais, confesso que possuem um fascínio exótico, dão um ar tropical, mas não aqui, tal como os pinheiros nórdicos, árvores de Natal encantadas que parecem tão deslocadas como umas sandálias no meio da neve quando aqui plantadas, bonitas sim, mas desadequadas.
Portanto vou constatando que basicamente se vai tentado dar um arzinho tropical em certas coisas, outras vezes um toquezinho nórdico, esquecendo o resto, esquecendo que o ensino português não é igual ao sueco nem o Carnaval da Mealhada comparável com o do Rio de Janeiro, que os pinheiros podem suster as dunas, as arribas, dão frutos e sombras, abrigo e muito mais, continuamos assim a transvestirmo-nos naquilo que não somos, só nas coisas aparentes e menos profundas, eu cá por mim sou pelos pinheiros...

Comentários

Fernando Samuel disse…
Acresce que os pinheiros (mansos ou bravos) são árvores lindíssimas.

Um beijo.
Diogo disse…
É a globalização, minha cara. Ainda há dias comprei uma tesoura para plantas no chinês que se escavacou em cinco minutos.
Victor Nogueira disse…
Gosto muito dos pinheiros mansos e queria plantar um na casa de verão que era do meu avô, no Mindelo, entre o Porto e Bila do Conde :-)