Dia de Reis!


Dia 6 de Janeiro é dia de Reis, supostamente de cantar as Janeiras de porta em porta em troca de um copo de qualquer coisa, uns frutos secos ou uma fatia de bolo-rei. O que se canta é elogio e critica em simultâneo, nessa altura guardam-se os presépios e os enfeites de Natal, leva-se mais um bolo da quadra para casa, em Espanha é nesse dia que as crianças recebem os presentes.

Supostamente os Reis Magos, que se chamam Magos cá e Sábios noutros países começaram a seguir a estrela até alcançarem a manjedoura, onde ainda se encontrava a família, com o burro, a vaca e o menino. Ofereceram-lhe ouro, incenso e mirra, prendas dignas de um Rei, embora ache que era mais prático outras coisas, sei lá, outra montada, agasalhos, um tecto condigno, uma bolsa de estudo, mas isto sou eu, que até já devia de saber que uma das partes importantes de todas as fábulas é não fazerem sentido, de qualquer das formas uma das coisas mais constantes de mim é esta mania de questionar…

Adiante, o Dia de Reis faz-me lembrar a minha avó que elaborava mais uns mimos para o dia, os Monty Pyton no filme a Vida de Brian, que se inicia justamente com o engano dos Reis Magos que se dirigem á manjedoura onde Brian, filho de uma prostituta acabou de nascer e fazem-me lembrar uma anedota contada entre mulheres:

Se fossem três rainhas em vez de Reis, como seria?!

Bom em primeiro lugar limpavam a manjedoura, corriam com os animais para não estarem tão perto do recém-nascido, enfaixavam Maria para o ventre voltar ao lugar, aplicavam-lhe unguento para as estrias e faziam-lhe uma canjinha, tudo coisas mais úteis. Depois de partir iriam comentar umas para as outras:

Tu já viste a diferença de idades? O José parece pai dela!

E aquelas sandálias que não combinam com a túnica?!

Mas vocês reparam que o miúdo é giro mas não é nada parecido com o José……….

Comentários

Fernando Samuel disse…
Pertinentíssimos, os comentários das três mulheres...

Um beijo.
Zorze disse…
Ana,

As Mulheres seguras da sua intuitiva insegurança são o nosso caminho. Vimos ao mundo preso a elas, por via do cordão umbilical, que depois de cortado, não mais nos desligamos.
Que nenhum homem ouse de ser espelho a uma Mulher!
São todas lindas e princesas...

Beijos,
Zorze
Anónimo disse…
Este ano não houve presépio no Barreiro.
A vaquinha foi mostrar as maminhas para Lisboa e o burro tornou-se independente.
Ana Camarra disse…
Fernando Samuel

Solidárias e não só!

Zorze

Estas são rainhas!

Anónimo

este Natal não tive oportunidade de ver as vistas!

Beijos
Rui disse…
Gostei do texto, especialmente da parte das 3 rainhas e do comentário final:
"O miudo é giro, mas não é nada parecido o José...".
Pudera !... este era mesmo do "padeiro", disso o José tinha a certeza.
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LuisPVLopes disse…
De louvar esse José, um homem que soube amar um filho que não era o seu e perdoou a Maria tal facto, dando-lhe dessa forma uma clara e profunda prova do seu enorme amor por ela.
Atendendo à época e aos bárbaros e selváticos costumes do velho testamento, a coragem deles reflectiu-se inevitavelmente na desenvoltura de Jesus, um humanista puro, talvez o primeiro comunista na terra, que tão maltratado é pela instituição que se auto proclama sua seguidora, a Igreja católica apostólica romana, falta talvez acrescentar idolatra de símbolos e submissa ao poder que usa e abusa, justificando a existência de pobres para que alguns ricos possam comprar as suas acções do paraíso, que se negoceiam na bolsa do Vaticano.
Talvez daí adorarem o Cristo pregado na cruz, morto, certos de que nessa condição, ele já não profetizava a inacessibilidade dos ricos ao Reino do Céus, tão bem expressa na sua frase:
"É mais fácil para um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino dos Céus"

Beijos

Ouss
LBJ disse…
Ora ai tens uma análise digna e condigna do MP e sabes que para a malta com a nossa idade isto é um grande elogio :)

Beijos vizinha...