No feiticeiro de Oz, a Judy Garland, jovem e inocente, sem a vida devastada por barbitúricos, dietas mirabolantes e outras coisas descobre que batendo os sapatinhos vermelhos um no outro e rezando interiormente “Não há local como a nossa casa”, consegue voltar para o Kansas, a preto e branco, sem anões e feiticeiros, com o conforto das coisas familiares.
Eu não calço sapatinhos vermelhos, só sapato de ténis daqueles que abotoam com tiras de velcro, o esquerdo, é sempre o meu lado melhor o esquerdo, também não bato com os pés um no outro, limito-me a abanar o esquerdo, mas já estou em casa.
A minha casa, que mais ou menos fui construindo, com o mobiliário que escolhi dentro daquilo que pude comprar, uns moveis velhos de antepassados porque tenho esta paixão por velharias, a minha almofada, a minha cama, os meus filhos, o meu cão, o meu companheiro.
Não é fácil ver o cotão a crescer, o pó a invadir a superfície dos moveis as coisas mudadas de sitio para passar uma cadeira de rodas, estar dependente de todos para quase tudo, grande parte do dia atendo telefones, pelo que podia fazer trabalho em casa de telemarketing, são amigos, familiares, transmitem carinho, desejam as melhores, outros querem saber pormenores, os que receberam informações erradas e pensam que estou ainda no hospital, que me parti de alto a baixo, a família inquieta que vai monitorizando por telefone como estou e quando não atendo telefonam numa espécie roleta alucinante para o fixo e para o móvel, sem pensarem que as minhas deslocações são lentas e exigem várias manobras com o meu Ferrari, já não vejo o Rio e os pássaros, em contrapartida a minha cadela está revitalizada, já parou de se arrastar dos meus sítios habituais com um ar triste, cheira-me o pé estragado com aquele focinho feio e meigo, todas as noites sonho que ando, esta noite era na areia da praia, soube-me bem, assim que puder vou pisar a areia.
Eu não calço sapatinhos vermelhos, só sapato de ténis daqueles que abotoam com tiras de velcro, o esquerdo, é sempre o meu lado melhor o esquerdo, também não bato com os pés um no outro, limito-me a abanar o esquerdo, mas já estou em casa.
A minha casa, que mais ou menos fui construindo, com o mobiliário que escolhi dentro daquilo que pude comprar, uns moveis velhos de antepassados porque tenho esta paixão por velharias, a minha almofada, a minha cama, os meus filhos, o meu cão, o meu companheiro.
Não é fácil ver o cotão a crescer, o pó a invadir a superfície dos moveis as coisas mudadas de sitio para passar uma cadeira de rodas, estar dependente de todos para quase tudo, grande parte do dia atendo telefones, pelo que podia fazer trabalho em casa de telemarketing, são amigos, familiares, transmitem carinho, desejam as melhores, outros querem saber pormenores, os que receberam informações erradas e pensam que estou ainda no hospital, que me parti de alto a baixo, a família inquieta que vai monitorizando por telefone como estou e quando não atendo telefonam numa espécie roleta alucinante para o fixo e para o móvel, sem pensarem que as minhas deslocações são lentas e exigem várias manobras com o meu Ferrari, já não vejo o Rio e os pássaros, em contrapartida a minha cadela está revitalizada, já parou de se arrastar dos meus sítios habituais com um ar triste, cheira-me o pé estragado com aquele focinho feio e meigo, todas as noites sonho que ando, esta noite era na areia da praia, soube-me bem, assim que puder vou pisar a areia.
Comentários
Que cumpras esse desejo o mais rapidamente possível. Quanto a um mergulho nas ondas (graças ao aquecimento global), só lá para Julho.
Beijo
Folgo em saber-te em casa, é caminho mais curto para a recuperação.
Abreijos.
Um beijo.
Já pensaste em como ficarias charmosa de sapatinho bem vermelhinho com tacão 10?!
Brincar é preciso, ajuda a passar o tempo!
Um beijinho
Lagartinha de Alhos Vedros
Já te vi a pisar a areia...
Beijos,
Zorze
Pode ser nas Caraíbas!
Apesar de com a ferragem no pé, o ar de moura e o espirito revolucionário ainda acabo em Guantanamo...
Salvo
Mesmo molhada e gelada...
Fernando Samuel
Sou uma sonhadora!
Pelo o sonho é que vamos!
Lagartinha
Nem com o pé inteiro soube andar nessas coisas, fará agora.
Zorze
Pois já!
beijos