Não se seguram nas mãos


Nunca consegui acreditar em nenhum Deus, todos os que apresentaram eram coléricos e injustos, castigavam exageradamente os seus filhos, como por exemplo dar a condenação eterna a Eva por comer uma maçã, deixar um filho morrer na cruz porque sim, certamente que noutro contexto seriam acusados judicialmente de maus tratos físicos e psicológicos, outros ainda, que também se dizem de paz e amor propagam que tudo o que nos acontece é uma espécie de culpa nossa, chamam-lhe karma, dizer a uma criança que morre de fome, a uma mãe que vê um filho morrer de uma doença curável se tiver meios, que é o karma, apetece….bom é melhor não escrever.
Mas no entanto acredito que existem outras coisas, coisas não concretas, que não se podem segurar na mão como uma pedra, ou um sapato, ou livro, outras coisas, coisas como a inspiração, como conseguir transformar a Primavera numa musica, a Guerra num quadro, o amor numa pintura, quando olho para as estrelas gosto de pensar que são mais que um aglomerado de gás, que estão ali por algo mais do que a força da gravidade, sei que ensinam caminhos, acho que inspiram sentimentos e os sentimentos são coisas que não se seguram numa mão, seguram-se cá dentro.

Comentários

Anónimo disse…
Partilho integralmente o ponto de vista.
Diogo disse…
Um Deus infinitamente bom, criador de todas as coisas, omnipotente, omnisciente e omnipresente que cria um mundo onde há tanto sofrimento?

Beijo
LuisPVLopes disse…
Deus?
Que Deus?

O gajo que vá mas é fazer qualquer coisa de útil para a sociedade!
Que até à data só fez merda.

Ouss
Eric Blair disse…
Deus não, pá; mas a Sra. Dona Fátima existe e até assopra c'os petroleiros lá prós lados da Galiza. Essa é que é essa; não podes negar.
Mar Arável disse…
Sempre

por dentro

de preferência
Zorze disse…
Ana,

A questão é um bocadinho mais complexa do que à primeira vista possa parecer.

Quando dizes que por mais te esforças por acreditar, digo-te que não te esforces mais. Pois não existe Deus nenhum, da forma que o Homem e suas religiões professam.

Ana acredita em ti e não acredites em histórias contadas por outros ao longo dos tempos.
Ter consciência disso é um dos primeiros passos para a liberdade espiritual.
Nem ter nenhum sentimento de culpa (por mais pequeno que seja) por não conseguir acreditar.
É uma pressão consciencial secular, que existe.

O karma ou os karmas explicado de uma forma real é de por os cabelos em pé, ou pior. Por isso nascemos com todo um novo holo-chackra e memória física quase zero. Senão não aguentávamos.
Além de pagarmos merdas (por vezes da grossa) que fizemos noutras vidas, também estamos a corrigir atitudes e coisas do nosso interior, medos, formas de reacção e interacção com os outros, etc...
Os desdobramentos de situações tendem para o infinito.
De uma maneira muito simplista a questão dos karmas.

E isto são as nossas vidas, todos os dias. Nesta, desde que nascemos até morrer. E depois continua e por aí adiante, é assim há "muito ano".

E agora uma barata na cabeça. Tu já sabes de tudo isso, apenas não te lembras. Não te lembras para tua salvaguarda.

O mundo é muito mais do que vemos, ora aí está em algo para acreditares, se acreditares em mim e não precisas de te esforçar.

Beijos,
Zorze
mugabe disse…
Estou contigo Ana, completamente !!

Abraço!
Akhen disse…
Ana, se não te importares vou fazer uma analise linha a linha do teu post:
Quanto à Eva ter comido a maçã, ele zangou-se por era uma maçã genéticamente modificada. Covenhamos que poderia fazer mal à sua obra (Adão e Eva).
Quanto ao deixar o filho morrer na cruz, Remeto-te para o prefácio escrito em 1887, por G.Junqueiro.
Depois de chegar ao céu, Jesus diz".....Trago-te o império do Universo. Aí o tens, meu Pai!
E o Nazareno, dizendo isto, atirou-lhe aos pés o diadema de espinhos e a cruz ensanguentada do Calvário.....
Jeová respondeu ao Filho:- Andaste bem. Chegas cansado, crivado de golpes, vai-te deitar. Amanhã falaremos. É tarde. Eu te abençôo.
Jeová na cama pensou:- Êste meu Filho, como todos os grandes génios, é um idiota. Divino imbecil!...."
Quanto ao resto. O homem em tudo o que toca. Estraga. Tudo o que constroi. Destroi. Tudo o que cria. Faz apodrecer.
Será que os nossos descendentes serão, alguma vez, capazes de aprender a lição?
Quando há uma maçã podre num cesto tem que ser tirada para não fazer apodrecer as outras. Seremos capazes de deitar fora todas as "maçãs" que têm vindo a apodrecer a humanidade.
Quando é que o homem consegue ver o que lhe estão a fazer a ele Homem?
Fernando Samuel disse…
... e esses deuses não têm sentimentos...

Um beijo.
Akhen disse…
Ana,

Desculpe mas "Isto tem dias" :).
A obra a que eu me referi é, como já percebeu, "A Velhice do Padre Eterno". É, praticamente, a parte final dum fragmento inédito do prefácio à 2ª edição de 1887, o qual foi publicado numa edição de 1926.
Acaba assim:
"Deixei-o crucificar, e êle, em recompensa, faz de mim - pobre Deus de Jerusalém - o Deus do Universo inteiro! -
E ao outro dia o Padre Eterno instalou-se no Olimpo.."...
casadegentedoida disse…
Acreditar ou não acreditar, eis a questão. Na minha opinião pessoal, apesar de ser católico, acredito num Deus pois "alguém" nos fez. Podemos ser parte duma experiência que ainda não esta terminada. Quando se lê a Bíblia, Génesis, há partes das quais não compreendo. Se Deus fez Adão e Eva (e eram únicos) e tiveram dois filhos (eram únicos) onde foram buscar as mulheres que desposaram? com quem tiveram filhos? O Livro diz que se misturaram com as habitantes locais. Assim sendo Adão e Eva foram criados à parte e quem os criou considerou-se um Deus. Acredito que fazemos parte duma experiência, experiência que ainda não acabou e nem sabemos quando vai acabar. Se calhar alguns sabem, alguma sociedade secreta que quer controlar essa experiência, quem sabe. Quem escreveu a Bíblia, escreveu à sua maneira ou da maneira que mais convinha a propósito de controlar a população. O Livro de Deus não passa dum livro escrito pelos homens para controlar a Humanidade e assim manter um domínio absoluto que dura até hoje. Muitos romperam os laços que os prendiam a esse poder, criaram as suas próprias crenças religiosas ou não, muitas já sucumbiram e outras ainda andam aí. Como diz o Zorze : "Pois não existe Deus nenhum, da forma que o Homem e suas religiões professam".
Acho que devemos manter uma mente aberta a todas as possibilidades.
Desculpa se me alonguei.
Bjs.
Ana Camarra disse…
A todos

(hoje estou consadota)

Eu não acreditar em dEus, não é novidade, é só lerem para trás.
o que eu queria ficar aqui, pelos vistos não o fiz muito bem, é que não acreditando em deus acredito na Humanidade, na sua capacidade criadora, de transformar o mundo e a realidade, acredito no poder inmfinito do amor.
De vários amores, como amor á arte, o amor pelo semelhante, o amor á vida, é uma força motriz.

Ao Akhen

Fiquei baralhada porque "A Velhice do Padre Eterno" era o livro de cabeceira da minha avó e durante umas horas pensei que a minha memória me atroiçoava, estou mais descansada.

BEIJOS