Tudo e nada.


Nada fiz do que tinha planeado, nem almoço, nem jantar, nem relatórios, nem a tortura do ferro a vapor, nem a representação em tribuna, nada disso fiz.
Fiz outras coisas não planeadas, não as compras, sempre com o frigorifico e as prateleiras da dispensa a ganir, essas fiz.
Estiquei-me no sofá olhando a casa num remoinho, batucando num remoinho de emoções, de cansaço de exaustão, de chamadas telefónicas, forcei-me, limpei tudo dando à casa aquele ar de frescura, mais uma chamada.
Dei colo, carinho, mimo, a quem me deu isso tudo, tanto, a pergunta foi simples “Podes, cá vir?”, “Posso, é claro que sim”!
Fui e dei colo e mimo, todo o que tinha, acalmei, disse que não existem papões, que amanhã vai estar sol e que não tenham medo que eu estou aqui.
Eu estou aqui carregada de tudo e de nada.
Eu estou aqui meio perdida, meio comandante, eu estou aqui disponível e ocupada, eu estou aqui crescida e muito pequenina, eu estou aqui tudo e nada.

Comentários

Fernando Samuel disse…
Em resumo: um dia em cheio!...

Um beijo.
Zorze disse…
Ana,

Tudo e nada, onde o tudo pode ser nada e o nada pode ser tudo.

Muito bonito!

Beijos e descansa um pouco,
Zorze
Anónimo disse…
Ser mulher é mesmo isso, uma mão cheia de tudo e de nada que nos enche os dias!

beijinhoss
Um dia feliz
Maria disse…
E eu estou aqui, se (e quando) precisares.

Beijos
Anónimo disse…
Tudo e nada é tudo miga.
Beijo de Domingo :-)
Ana Camarra disse…
Fernando Samuel-Inevitavelmente...

Zorze-Juro que hoje descansei um bocadinho.

Korrosiva-Nem mais.

Maria-Obrigado amiga, eu sei.

Ludo-Mais ou menos ou vice versa...


Beijos
Diogo disse…
Cara Ana, tens aqui um pequeno texto genial, uma obra-prima. Estás uma escritora de mão-cheia!

Beijo
Ana Camarra disse…
Diogo

Estou uma mulher de vida cheia que solta op vapor aqui neste espaço.

beijos