As inquietações



As inquietações não terminam porque dizemos aquieta-te
Ou esquece, deixa estar, não penses nisso
As inquietações crescem, porque nos desinquietam
Inquietam tanto as dúvidas, como a certezas
Inquietam-me a mim, as lembranças e os desejos
As faltas e os excessos
A dor e o prazer
O incompreensível e aquilo que conheço
Antes mesmo de olhar, tocar, provar, cheirar, ouvir
Porque a minha inquietação é bicho bravio
Um felino, um passáro ou um peixe
Que nasceu assim livre, feroz
Arrogante
Belo e temível
Que se vê metido numa jaula e
Fica assim, inquieto
Incapaz de se aquietar
Sempre à espreita de ser livre

Comentários

filipe disse…
Bonita fusão dos sentimentos com uma visão dialéctica da vida. Em ti uma constante feliz, e prazeirosa para quem te lê.
Votos de um fim-de-semana tranquilo, sereno, recuperador.
salvoconduto disse…
Fizeste-me recordar "Inquietação" de José Mário Branco.

Abreijos.
Fernando Samuel disse…
Não há como as inquietações para fazerem o mundo avançar...

Um beijo.
Diogo disse…
Um poema tão belo como a imagem que o remata e tão harmonioso como a música que o acompanha.

Beijo
Ana Camarra disse…
Ka-va-ku-é de comer broculos...

Filipe-Obrigado pela consideração, entretanto o fim de semana não foi nada disso, mas há sempre outro di a seguir.

Salvoconduto-Uma das minhas músicas favoritas, daqui a pouco vou ver o Zé Mário Branco ao vivo, pode ser que ele a cante!

Fernando Samuel-Fazem o mundo avançar e a nossa cabeça rodopiar.

Diogo-Esta música da Adriana é especial, Marc Chagall também era um pintor especial, os dois muito melhores que as minhas palavras.

Beijos
Ka-Va-Ku disse…
Dona ana, vosmece tem algo contra os meus amados brocolos?
Sal disse…
Lindo. mas nesta fase faz-me bem não me inquietar muito mais... senão "arrebento"!!!!!

bjs
Sal disse…
Ah. Também adoro Chagall.

bjs
Zorze disse…
Anolinhas,

E que tal por começar a não bater os pézinhos?
Controlar a mola dentro da perninha, par example?

Quiçá, um estado meditativo...

Beijos,
Zorze