Zés cheios de sorte!

Inesperadamente no final de domingo encontro 3 mulheres sentadas na esplanada junto a minha casa.
Conheço-as há muito tempo, são mais velhas que eu pelo menos uma dezena de anos, um pouco mais, conhecem-me de miúda. Juntei-me a elas!
São três mulheres muito diferentes e com muito em comum, todas fizeram por amor opções de vida, por amor a homens completamente entregues a causas.

Sem ordem especifica, a primeira é minha homónima, tem um ar de gazela, o cabelo curto, morena, uns olhos enormes, foi avó muito recentemente, muito recentemente também foi sujeita a múltiplas cirurgias que não correram bem, tem sempre um ar bem disposto, leva as coisas com calma, com ar de menina pequenina.
A segunda tem um ar de menina com olhos azul porcelana, é alemã, no principio dos anos 80 foi a Cuba em viagem de lazer, descobriu um Português, baixinho, moreno, com barba e cabelo de Guerrilheiro da Sierra Maestra (até hoje mantém), que passava lá o mês de férias a cortar cana de açúcar, como se apaixonaram, sem ela falar português, sem ele falar alemão, arranhando um espanhol macarrónico é um mistério, o que é certo é que se apaixonaram e passado pouco tempo veio para Portugal, louríssima, alta, mais alta que ele um palmo, com uma ar perdido face ás demonstrações latinas, uma das minhas tarefas na adolescência era servir de tradutora em Inglês. È fisioterapeuta, está a terminar um curso de acupunctura, mantém um ar de Woodstock, continua a ter um sotaque estranho.

A terceira é finlandesa, também se apaixonou por um português, cruzaram-se na antiga União Soviética, ele não falava russo e muito menos finlandês, ela não falava português, é loura também com ar de matrioska, aprendeu português mantém um sotaque estranho, sofreu recentemente também duas cirurgias.
Tratam-me como uma miúda sempre, ficam abismadas com os meus dotes culinários, com os bordados, com o tricot, com as pinturas, com o facto de acumular isso tudo com as outras responsabilidades, dar-me ao trabalho de escrever diariamente neste espaço.
Riem-se das minhas maluqueiras.
Dizem-me todas, duas com sotaques estrangeiros “Tens de olhar para ti Aninha”.
Os homens delas são todos Zés….
Uns Zés cheio de sorte.

Comentários

Fernando Samuel disse…
Uns zés cheios de sorte, sem dúvida...

Um beijo.
Anónimo disse…
Serão só os Zés que têm sorte?...

Abreijos.
Maria disse…
Tu também tens sorte em teres umas vizinhas assim...

Beijo
Ana Camarra disse…
Fernando Samuel-Então não?!

Salvo-Coincidências, são todos Zés, mas não deve ser exclusivo.

Maria-Pois tenho! Gosto muito das três, por razões diferentes, são mulheres muito especiais.

Beijos
filipe disse…
Mais uma linda história, esta de "Marias" e "Josés".
Sim, para tudo é necessária a "Sorte". Mas também é verdade que há quem afirme que "A sorte protege os audazes". E, sortudos todos nós, os que te partilhamos...
Um abraço.
Zorze disse…
Ana,

Devem ser mulheres extraordinárias, sem dúvida.
A sorte é um factor muito importante, de facto.

Beijos,
zorze
Anónimo disse…
Tão linda , mais uma bela história para juntar a muitas outras que nos tens contado.
Um abracinho
Lagartinha de Alhos Vedros
Ana Camarra disse…
filipe-São umas mulheres fabulosas.

Zorze-São, são mesmo.


Lagartinha-A vida é a melhor fonte de histórias.

beijos