Nostalgias!




Pronto isto tem dias nostálgicos, muito nostálgicos e esta época é sempre propícia a nostalgias.
Para além das saudades de pessoas que só vivem dentro de nós, já não entre nós, juntam-se as saudades de outras coisas, de um tempo em que queríamos que o tempo corresse mais depressa, mas em que era tudo muito mais simples, as coisas tinham os seus lugares, em que a preocupação fundamental seria fazer o mais depressa os trabalhos de casa para depois nos podermos sentar, ali na rua perto de casa, em campeonatos de pião e pedrinhas, jogos de semana desenhados na calçada com giz, banho seguir, esperar a ver desenhos animados a comparar cromos na caderneta, a ler um livro, depois jantar, cama em lençóis lavados com direito a beijo de boas noites, talvez a uma história contada com acompanhamento de uma caneca fumegante de leite e chocolate.
E reviver a magia anual de pendurar bolas e fitas, luzinhas minúsculas, um pai Natal feito de cartão, uma estrela dourada no topo do pinheiro.
Abanar os embrulhos na tentativa vã de adivinhar o que lá vinha.
Surripiar as figuras de chocolate suspensas, aninhadas entre bolas e fitas, esconder a prata debaixo da almofada do sofá!
Acompanhar os preparativos, aquelas misturas sábias, poções mágicas de açúcar e ovos, caldas e frutos, ter direito a rapar a tigela!
Apanhar musgo para o presépio, ver se as pequenas searas feitas em pires com água e centeio ou trigo, estavam em condições.
Correr atrás do peru e sermos corridos dali face aos gritos de “Coitadinho!”.
Passar aquela noite ali na mesa dos crescidos, com direito a comer na louça melhor, numa mesa com velas, antes de ir para a cama, a bota colocada ali por cima do fogão, ir para cama morta de sono e com o frenesim de que aquela noite fosse rápida.
Acordar descobrir, uns gatinhos de chocolate, livros novos caixas de Lego, uns embrulhinhos com peúgas, lenços e cuecas, que o Pai Natal e o Menino Jesus informavam-se junto a Legião de Tias e Avós das nossas necessidades, ou traziam uma camisola igualzinha a que a tia tricotava…

Comentários

Anónimo disse…
É tempo de outros passarem por emoções idênticas, não iguais, porque para o mal ou para o bem, quem sou eu para julgar, o Natal vai-se transformando.

Abreijo.
duarte disse…
pois...o natal...
sorry,mas só venho dar
um abraço
Anónimo disse…
A memória, a memória... Que saudades da minha família que não vejo desde Setembro...
Kisses
Fernando Samuel disse…
Nostalgias doces, ternas... saudosas...


Um beijo.
Sunshine disse…
Memórias boas essas, coisas que aquecem o coração.

Bjs
Anónimo disse…
O Natal

Abraço!
PDuarte disse…
agora por momentos pensei estar no blogue do patriaracado.
mas não, isto tem mesmo dias.
é o blog da Ana que no fundo é esta deste post.
e só deste, o resto é ela a tentar enganar-se.
beijo amigo, numa amiga.
Anónimo disse…
Que bem que me soube ouvir a musiquinha!
Como sabes, detesto a época do Natal, estou mesmo a ficar quase apanhada pela saudade que desce forte e instala-se na mente e
no peito,provocando chorinho malandro por tudo e por nada.
Fui até buscar um livrinho que gosto de ler quando estou triste, porque me ajuda a chorar por causa de um velho e de um rapaz.
"O Velho e o Mar" Hemingway, sempre me comove, é uma edição de 1956 e tem prefácio de Jorge de Sena.
É um dos meus "MENINOS" livros.

Beijinho Aninha
Lagartinha de Alhos Vedros
Ana Camarra disse…
Salvoconduto- Pois agora espero construir estas memórias para outros, mas hoje tive saudades de ser pequenina!

Duarte-Um abraço é uma bela lembrança de Natal.

Ludo Rex-Deixa lá, não tarda está lá.

Fernando Samuel-pois são doces, por falar em doces acho que este ano vou fazer as filhoses mesmo a 24, que é o único sem reuniões!

Sunshine-Lembrei-me delas porque tinha frio, frio por dentro.

Mugabe-Abraço, mesmo que não fosse quase Natal.

Pduarte-Patriarcado! Eu nem sou baptizada, mas acho que sou uma espécie de romântica incorrigível, mas eu não me quero enganar, amigo, mas há mais em Ana do que se vê, até há esta Ana pequena de pijama há espera da prenda no sapatinho…

Minha Lagartinha-The Old and the Sea, tive de ler em Inglês para uma disciplina que era Tècnicas de Tradução, ficou apaixonada, também, Santiago e o peixe, a descrição dos cheiros deixam-nos inebriados.

Beijos Grandes
Anónimo disse…
Belas recordações as de infância :) As minhas são o meu melhor doce..

beijinhoss
Zorze disse…
Ana,

Seria muito bom que houvesse um Pai Natal para toda a gente.

I believe...

Beijos,
Zorze
Ana Camarra disse…
Korrosiva-Teremos de ser gulosas

Zorze-Lá chegaremos

Beijos