Sensibilidade, Instrução, Educação, Inteligência e Cultura


Inspirada um pouco na Reflexão da minha amiga Kaotica, decidi trazer aqui um poema.
Foi-me oferecido, ainda á pouco, com carinho, por um amigo, um camarada, de 68 anos de idade, por quem nutro estima e consideração, um homem de luta, que penso, talvez, completou o ensino primário.
Ele analisa o mundo!
Descodifica as coisas.
Faz as suas reflexões em forma de poemas, por vezes com erros ortográfico o que não lhe retira beleza nenhuma.
Tenho a sorte de ser correspondida na estima e admiração, de ter um carinho especial e de o sentir em retorno, uma cumplicidade que ultrapassa a idade, o sexo e as vivências.
Fica aqui.

Era Noite

Fui à beira do Rio
Para ver bater na água
Na vida há alegrias
Como há dias de mágoas

Estrelas estão sempre em movimento
Amanhã à noite estrelas voltarão
O amor que eu sinto
Trago alguém no coração

Nas estrelas fixo o olhar
Para ver quem eu queria
Uma mulher estou a recordar
Faz parte da minha vida

Seu afecto eu sinto
Comunico ás estrelas lá no céu
Estrelas sabem que não minto
Coisas bonitas entre nós nasceu

Entre estrelas e o rio
Há sempre o pensamento por alguém
È sempre um desejo
Junto dela, sinto-me bem

Como era bastante tarde
Rio continua num vai, vem
Olho para as estrelas
Lindos olhos que ela tem

Comentários

Anónimo disse…
Livra-te andas por aqui!
Assim que largo uma mensagem já aparece outra, muito produtiva!
Mas pronto tens este efeito nas pessoas, o velhote não havia de ser diferente e tem razão, que lindos olhos tu tens!

Beijaças

Paulo El niño
Fernando Samuel disse…
Terno, comovente (simples, também...), belo.

um beijo.
Ana Camarra disse…
Paulinho, meu menino

Tu conheces-me maisa ou menos desde que nasci, embora com os poucos meses que tinhas, não devas guardar grande memória do evento.
O que é facto é que conheces-me desde sempre, mesmo que a vida leve a que nos encontremos espaçadamente, agora.
Mas sabes que sou produtiva, por isso não sei com o que te espantas.
Quanto aos olhos, obrigado.

beijos
Ana Camarra disse…
Fernando Samuel

Pois o meu amigo é simples, é terno, caso contrário não escrevia poesia e é belo, porque tem uma grande alma.

beijo
Diogo disse…
Os sentimentos e a humanidade nunca precisaram de doutoramentos.

Muitas vezes, o dedilhar rude de uma viola pode ser infinitamente mais belo que os acordes de um virtuoso ao piano numa peça sem alma.

E se for ouvido no campo, sob um céu marejado de estrelas, longe de uma grande cidade, tanto melhor.
Ana Camarra disse…
diogo

subscrevo na integra, com estrelas e campo, só acrescento água, rio é bom mar é melhor!

beijos
Anónimo disse…
Bonito e ternurento momento este que nos deixas aqui... Bj e bom Fim de Semana
Ana Camarra disse…
Ludo Rex

Oferecerem-nos um poema é um acto de ternura extrema.

beijos
Anónimo disse…
Anita

Não me espanta nada que um homem, independentemente da idade, te ofereça um poema, és daquelas pessoas que parece pairar entre os outros como uma lufada de ar fresco, daquele vento que nos aquieta e inquieta ao mesmo tempo.
Este bocadinho de ti é a prova disso, imagens, palavras e música belas, saidas de uma cabeça arrumada e sonhadora.
E com a "Mafaldinha" sempre por detrás porque em cada texto vem uma alfinetadazinha, muito pertinente.

beijos

Zé Manuel
Anónimo disse…
Ana,
A cultura da consciência, sem marcas na tábua que o afastem de si mesmo, isto é cultura e essência comum, a nossa, a do povo!

Abraço.

A revolução é hoje!
Ana Camarra disse…
Zé Manuel

Pois dentro de mim está sempre a tal contestatária, dentro e fora aliás.

beijos
Ana Camarra disse…
CRN

Pois essa cultura da consciência é que anda muito longe da maioria das cabeças deste país.
Terá de ser acordada.

beijos
Anónimo disse…
apenas, para dizer que achei interessante o facto de se desviar dos cagalhotos... faz bem.
Ana Camarra disse…
polidor

Já não sei onde escrevi isso, mas digo-o muitas vezes.
Acho que sim que faço bem, quando os piso é uma treta....