A sociedade de consumo tem vindo a esvaziar-nos de valores.
O que será isso dos valores?
A mim ensinaram-me meia dúzia de coisas em pequenina, não são mandamentos divinos, são princípios básicos:
Não se prejudicam os outros deliberadamente.
O dinheiro que se ganha é por meios lícitos.
Gasta-se o que se tem e nada mais que isso.
Assumimos os nossos compromissos, horas, empréstimos, pagamentos, etc.
A nossa palavra vale por si só.
No entanto ultimamente as coisas descambam à nossa volta, por todo lado vemos outro tipo de vivência.
O poder vigente dá o exemplo máximo, esquemas estranhos, prevaricadores que são recompensados em vez de serem penalizados, o apelo ao consumo é brutal, o apelo ao crédito acompanha…
È valorizado muito o parecer e não o ser!
Ser é relativo.
Importante é parecer que temos, importante é mudar de carro, ostentar roupa de marca, mudar para o telemóvel ultima geração, manter-se dentro dos cânones da moda!
E pronto.
Por vezes tudo isso é alimentado de forma artificial, créditos atropelados, mal parados, pouco pagos.
A expansão do chamado Jet Set com figuras que não tem nada de realce, tirando acrescentar consoantes ao apelido, ostentar em vez do nome um diminutivo e falar da vida de iguais a si próprios.
Mituxas, Bibbás, Mayas e Cinhas, aparecem amiúde na Tv, em concursos, programas talk shows, porquê não faço a mínima ideia!
Somos intoxicados com historietas de cordel, sobre a sua vida sexual, sobre os amores e desamores, tudo combinado com viagens paradisíacas e festas de glamour…
Será isto real?
Será isto o dia a dia do português comum, as festas, as férias em Pipa, a neve em Espanha para o Sky, a viagem á EuroDisney….
Será isto compatível com o pais onde se contam tostões para pagar a luz, onde se soube o preço do combustível entre cada abastecimento, onde existem já um milhão de desempregados, onde a maioria não tem capacidade para ir a dentista uma vez por trimestre ou mudar de óculos….
Será?
Comentários
Quem não os quis enfiar no Campo Pequeno, agora que leve com eles/elas.
Num país cheio de fome, é uma aberração esta gente e quem lhes dá importância. Para mim têm mais valor as gajas que em Coina dão ao cabedal para matar a fome, do que esta espécie de gente.
BJS
Hoje tudo se faz em grande estilo. Mas quando ainda não estavam implantados os poderosos meios de desinformação que hoje exitem, já para uma parte significativa da população o apelo à fuga solitária para a fente era forte. Demonstrar a inutilidade desses esforços talvez constitua o maior desafio para quem luta pelo socialismo. Não será fácil.
Os grandes meios de comunicação têm um poder considerável ao nível das eleições parlamentares, mas mais modesto para as eleições para o poder local ou sindicais, por exemplo. Consolidar - e alargar - a influência nesses níveis parece-me ser a solução. Isso obriga à formação de uma verdadeira multidão de quadros intermédios.
Pois cá estou, estás numa de luta, Mafaldinha, estou a ver-te de dedo em riste, o endividamento, a saúde, agora os valores.
Os Valores é como tu dizes, ensinaram-me, ensinaram-nos, em pequeninos muita coisa, que poarece logica e inquestionavél, correcta.
Pensavamos que era assim com todos, mas não, infelizmente não.
Em miudos brincavamos com toda a gente, não olhavamos a marcas, havia quem as tivesse, mas não era importante.
Hoje é tudo estranho, oçlham para nós pela casca que temos, como se fosse importante, sem querer vamos atrás!
Quanto ao jet7 um nojo, uns tesos, brutos, incultos, incapazes, uma vida de aparencia e só isso mais nada.
Beijos
Zé Manuel
(olha lá esse nariz arrebitado contra a lua é o teu!)
Que valores?
Os pais de Portugal no pós 25 de Abril deram a seus filhos algo que nunca tiveram, a Liberdade de tudo e mais alguma coisa, mas cometeram excessos, também lhes deram a ideia de que eles eram aquilo que nunca foram, ou seja gente rica e snobe, era uma garantia ter-se carro, um direito frequentar a universidade, da humildade da procura, passou-se ao arrivismo do consumismo, os putos cresceram a odiar a pobreza dos pais, tão pouco se aperceberam que estes ficavam com muito pouco, quase nada para tudo dar a seus filhos, incentivados pelo consumismo desenfreado e com o apoio de politicas irracionais no que respeita ao social, ao conhecimento, à saúde, criou-se o sentimento de que parecer é de longe superior aquilo que na realidade se É.
Os valores sociais e humanos perderam-se, um licenciado apenas procura um papel que lhe é entregue no final do seu curso, onde com esse papel transformado em canudo ou diploma, agride tudo e todos, pouco se preocupa em saber se o tal papel traduz alguma coisa de si em facto, não!... Apenas exige que o tratem por Dr., ainda que o não mereça, pois não se doutorou e, dá-se a ares de classe superior acima dos demais, mesmo dos pais, que na realidade são os grandes culpados neste extenso cultivo de bestas.
Claro que não são todos, felizmente há e, cada vez mais, os que em idênticas condições se consciencializam e partem para o conhecimento de peito e coragem, para que na luta contra as bestas, as possam vencer e demonstrar assim a sua superioridade sobre estas.
A perda de consciencialização de classe, conduziu muita da nossa juventude ao obscurantismo político, pactuando assim com as Bestas e recusando o conhecimento em absoluto.
São estes valores que na sua ausência, produzem os Zombies que tanta falta fazem ao PS e ao PSD, para que possam prevalecer na ignominiosa mentira e na repressão de todo um povo.
A REVOLUÇÃO ESTÁ EM MARCHA, JUNTEM-SE A ELA E ELIMINEMOS AS BESTAS.
Ouss
De facto os valores estão em queda livre.
O valor da palavra morreu.
As coisas quer lhe ensinaram em pequena (e eu até sei que sim que lhe ensinaram e a Ana faz uso delas) estão em franco desuso, não deviam.
O Jet Set não existe, é todo artificial, como a cordos cabelos ou os sorrisos que ostentam.
Os verdadeiros não se expõem assim.
Tal como diz o seu amigo, esse nariz arrebitado, se não é seu parece...
um beijo
Anónimo Barreirense
O António C.Ferrão, focou um ponto ao qual não tem sido dada a importância devida, e por tal facto a situação chegou a este descalabro:-a falta de quadros intermédios preparados funcionando como bibliotecas itenerantes, prestando ou provocando o(discussão)esclarecimento, o que eu já faço na espera do hospital, na converssa de rua, em qualquer lugar onde se encontrem dois, mas atenção:-isto não pode ser para quem quer ou para quem tem tempo, tem de ser para quem mostre capacidade para o fazer, sem provocar a discussão pela discussão, que não leva a lugar nenhum, e como se diz na giria (volta-se o feitiço contra o feitiçeiro.
Ana exageradamente, direivoltou tudo ao mesmo, salva-se a Constituição, e a liberdade para o PCP, mas com esta informação nas mãos de quem está, a liberdade é fetícia.
Bjos
Não tenho vindo cá por falta de tempo.
Mas estive a ler tudo e tem muita razão.
Tem o nariz arrebitado? Não sei porqueê não me espanta nada.
beijos
Ferroadas – Pois eu também tenho mais respeito pelas de Coina. E deviam ter ido para um Campo qualquer longe daqui. Esta espécie de gente é a do costume.
Ferrão – Tens toda a razão, muita mesmo.
Zé Manuel – Pois, isto não é saudosismo é uma constatação que me confrange. Dedo em riste, ás vezes, em miúdos sim não estávamos tão estratificados, brincávamos com o mais humilde e com mais queque. O nosso Jet 7 devia de ser Jet -7.
Não, este nariz não é o meu.
Sensei – De facto muitos tentaram, tentam dar mais do que aquilo que podem criando uma falsa imagem de abundância, a troco por vezes de coisas essenciais. Todos cremos o melhor para os nossos filhos, mas temos que ser realistas.
As políticas são o que se sabe.
Anónimo Barreirense – Pronto parece que sabe mais de mim que eu de si…
Faço uso daquilo que me ensinaram sim senhor.
José – pois o que o Ferrão focou é importante, por outro lado isso que falas de esclarecimento, bibliotecas itinerantes não interessa a quem (des)governa.
Eduardo – Tenho o nariz arrebitado, tenho sim.
Beijos
Mas essa rlidade também existe, ainda que para muito poucos (os bonecos), é a realidade da maquilhagem, aquela que tenta cubrir a realidade dos outros, do povo Português.
Recordando uma canção dos xutos, faz falta uma chuva dissolvente!
A revolução é hoje!
Esta rapaziada e raparigada têm de começar a perceber que andam a ser roubadas.
.
Acertaste em cheio, falta só o Euromilhões.
Eu também vou pelas de Coina, as da imagem cheiram muito a perfume e depois estou uma semana a espirrar.
Beijos,
Zorze
Diogo – Pois difícil é meter-lhes isso na carola, vivem dessas supostas felicidades alheias, vão ao rubro e discutem sobre o golo do Joaquim e o divórcio da Joaquina, não se apercebem que entretanto a vida passa ao lado…
Zorze – Pois o Euromilhões dava jeito, resolvia alguns dos meus problemas, o resto do mundo ficava na mesma, portanto não era uma mudança muito significativa.
Queres um lenço?
Mugabe – São chulos de nós todos….
Beijos
Alguém para quem a literatura se resume às gordas dos jornais, lidas de passagem, na corrida diária para um trabalho mal pago e pouco dignificante (sim, que aquela história de que o trabalho dignifica é uma boa treta), alguém que regressa a casa ao fim do dia, estafado e sem qualquer perspectiva de melhorar de vida, de sair do buraco para onde esta sociedade podre o empurrou e se depara com as contas por pagar, com os constantes aumentos dos preços dos bens essenciais e "leva" com uma catadupa de (des)informação que o cérebro, por falta de preparação, não consegue processar, acaba por se refugiar na história fácil da gaja que garante que para vingar na vida basta acreditar, no pobre que passou a rico, dos amores e desamores das vedetas…
Uma grande mer*a, é o que isto é tudo!
Tem calma amigo, tu tensinteligência para descodificar tudo isso e muito mais, sem dúvida.
Acho que nos cabe o papel de ensinar outros a descodificar também, mostrar que há mais para além disto tudo.
beijos
Só nos resta fazer aquilo que tu mesmo aconselhas ao "Opinador".
Abreijo
Um beijo.
fernando samuel-pois assim se subvertem as mentes!
beijos
os valores que te ensinaram e que tomas hoje como referencia eram o básico do viver na sociedade do Estado Novo.
eu, que tal como tu vivi fora do Estado Novo e não admiro minimamente esse tempo - mas que defendo causas muito diferentes das tuas - também enalteço esses mesmos valores.
o que também não deixa de ser engraçado.
Pois nós, nem tu nem eu defendemos o Estado Novo, ponto assente.
Mas não acho que estes valores que defendo tenham sido os do Estado Novo, alguns sim, mas a lista peca por incompleta, o Estado Novo tinha outros chavões agarrados, muito maus.
Mas sim é curioso.
beijos