Comer, Beber, Homem, Mulher


Eu sei que é um título de um filme…
Mas podia ser título para montes de coisas.
Comer para além de uma necessidade é um prazer e beber também.
E as relações entre homens e mulheres são muito parecidas com o comer, não é primeira vez que falo nisso:
O primeiro sentido a ser espicaçado será sem duvida a visão, olha-se avalia-se a tenta-se imaginar a partir dali, imagina-se a maciez, a leveza, o peso, a partir dai.
Depois o olfacto, sim cheira-se o prato, o comer, o vinho, há quem faça de isso uma arte…
E cheira-se o outro, pois está claro!
Hoje sabemos que o nosso nariz recolhe químicos e envia imediatamente para o cérebro, processam-se assim informações várias, há cheiros que nos dão tranquilidade, cheiros que nos põem com fome, cheiros que nos irritam, até podem ser bons para outros, ou noutra altura, mas para nós não são…

Os cheiros tem muito para contar, um comer quando cheira bem geralmente sabe bem, uma pessoa até se pode mascarar com perfumes vários mas os perfumes combinam connosco, com a nossa pele com o nosso cheiro natural…
Portanto um perfume que combina bem com um pode ser desastroso noutro.
Depois o som, também, sim o som!
O som de uma panela a borbulhar, acompanha o cheiro, uma fritura de uma filhós que empola em contacto com o óleo, o crepitar de um grelhado, a efervescência de uma bebida.
O som da voz, o timbre da gargalhada, tem muita influência.
Já conheci pessoas muito bonitas, que cheiram muito bem, com tons de voz perfeitamente irritantes, gargalhadas estridentes, sotaques demolidores….
Imaginem o homem ou mulher perfeita, mas ciosos ou sopinha de massa...
Depois o tacto, damos toques numa maçã para avaliar se é firme, tocar o outro é parecido, avaliamos o toque, a firmeza, a suavidade.

Por fim o sabor, o sabor é o cumulo…
A explosão das papilas gustativas, face ao salgado ao doce, ao amargo, ao picante…
As explosões da mistura de especiarias, o toque fresco do limão, hortelã e gengibre, a explosão calorosa de um caril ou um chili, a doçura do mel, o acre da toranja e da água tónica, o sol que se come no gomo de laranja…

Pois provar o outro é igual, temos dias que somos doces, dias picantes, dias de sabores ásperos ou salgados…
Temos alturas ainda que concentramos isso tudo de uma só vez e conseguimos, dar a provar e provar um sabor exótico….apesar de o comer ser o trivial!

Comentários

Anónimo disse…
Ora aó está uma coisa que a Ana não é com toda a certeza - Trivial.

Belas comparações, de crescer água na boca!

beijocas
Anónimo disse…
Olha lá Miuda

Isto assim não vale!
Pensava que era uma vez por dia, não senhor, é á hora que te dá na gana?
Mas prontos, está muito bem, de vez em quiando vais para estas coisa e vais muito, bem.
Pois um gajo olha, cheira, se toca e prova, quer comer...

beijos

Paulo (el niño)

PS- só vi isto porque fui feito tótó mostrar a um amigo meu o estaminé da menina,
Anónimo disse…
Ana

Pois é, o comer e o amar, são coisas parecidas.
E a Ana é uma pessoa arrebatada, com sentido de amor e humor, a sua escrita é mordaz e divertida, as imagens formidaveis, a musica surpreende-me sempre!

Parabéns, outra vez!

Anónimo Barreirense
Anónimo disse…
Anocas

Só agora cheguei e vou fazer um dois em um.
Pois alguém diz no outro texto que se não fosses como és estavas morta, tem muita razão, tu és uyma força viva da natureza, como tal estás sempre alerta e preocupada e capaz de olhar o mundo á tua volta...falas de tanta coisa que é impossivél não ser tocado.

Hoje, este, pois está muito bem, mas faço uma pergunta:
E quando os sentidos nos atraiçoam?
Quando gostamos do que vemos, do que cheiramos, do que tocamos, do que ouvimos e depois o paladar é outro?
Ou quando muda a meio do jogo?
No que se confia?

beijocas

Zé Manuel

(fico á espera de respostas)
Diogo disse…
A natureza armadilhou-nos para sobrevivermos – pessoalmente e como espécie. É irresistível.

Beijo
Anónimo disse…
Daí a expressão: gostava de "comer" aquela "gaja"!

Lololol
Ana Camarra disse…
Eduardo – Sou sim, uma mulher vulgar.

Paulinho – Então tu achas que sou pessoa para essas convenções, já existe tanta coisa que é hora certa, tenho obrigações a mais.

Anónimo Barreirense – Diz que me conhece não sei porque se surpreende com a selecção musical….

Zé – Não estou morta, nem parva, nem incapaz de pensar e analisar o mundo à minha volta, muito menos para deixar de tentar contrariar a situação a que chegámos.
Quanto ás respostas, não sei, sem provar nunca se sabe….

Diogo – Pois foi.

Opinador – Aquela gaja ou aquele gajo…o mesmo!

Beijocas
Anónimo disse…
Já dizia Cristo come do meu corpo e bebe do meu sangue, lá tinha as suas razões...

Abreijo
Ana Camarra disse…
salvconduto - Pois a cena do sangue é que me faz confusão, mas pronto, não gosto de cabidela.

abreijo
Anónimo disse…
Ana
As glandulas gustativas são o aferidor do nosso gosto, quando ambos se conjugam ái ái!
Bjos
Ana Camarra disse…
José - Pois é ai ai, mas é bom, não é?

beijocas
LuisPVLopes disse…
Pois por isso é que gosto do filme 9 semanas e meia.

Mmmmnhammmm

Ouss
Ana Camarra disse…
sensei - Pois no aspecto dos sentidos é, faltam alguns, mas é, é uma especie de teledisco comprido.

beijo
Anónimo disse…
Não sei como vim aqui parar, mas gostei e voltare!
belas palavras, belas fotos
Estou contigo!
Um abraço
lagartinha de Alhos Vedros
Zorze disse…
Ana, nós somos autênticos radares equipados com milhentos de sensores.

Para garantirmos a espécie, a reprodução têm que ser um prazer sensitivo e carnal.

Esta lógica sempre fez muita confusão em certas religiões que nos dominaram durante séculos.

Beijos,
Zorze
Ana Camarra disse…
lagartinha de Alhos Vedros - á vontade!
Ana Camarra disse…
Zorze

Pois acho que sim, o ser humano é sem dúvida uma máquina fabulosa e formidavél.

Não sei se é preciso prazer carnal para a reprodução, mas ajuda.

beijos
Anónimo disse…
Diz-se que somos aquilo que comemos, a questão, pode passar, por comer o que queremos ser.
Contudo, ainda necessário que nos conheçâmos, importante é considerar que outros apreciem, só, como sejâmos!
Dizem ser próprio da noite que os astros se acendam, mas, há quem prefira uma noite escura mesmo tomando as constelações como referências do caminho.
A tal dicotomia lunar, estar acompanhado e, pelos sentidos, navegar em vez de caminhar ou recorrer o caminho sedentos da luz do luar.

Não assumo nada do escrito, antes pelo contrário!
Ana Camarra disse…
CRN

Os astros não se acendem á noite, só os conseguimos ver á noite o que é muito diferente.

E navegar, escolhendo, rumo, maré de embarque, de preferência com luar parece sempre mais convidativo.

Ou talvez não!

bjks
Anónimo disse…
Voltei mesmo, á vontade e sentido grande cumplicidade, contigo, com os comentadores, enfim todo espaço lindo, a começar pela bela foto do Che, que não conhecia.
Que lindo que era o Che!!!!!!!!!!
Por seres do Barreiro e por se comemorarem os 100 da CUF uns versinhos de Ari

Da alavanca ao tear da roda ao torno
da linha de montagem ao cadinho
do aço incandescente a entrar no forno
á agulha a trabalhar devagarinho.
...............

um abraço para ti e para todos

da Lagartinha de Alhos Vedros
Ana Camarra disse…
Ò Lagartinha

Estás á vontade vem cá sempre que te apetecer.
Alhhos Vedros é aqui ao lado
O Che era um pão!

beijocas
Fernando Samuel disse…
Magnífico texto, ana. E não sei que mais dizer - a não ser que vou voltar a lê-lo...

Um beijo grande.
Ana Camarra disse…
fernando samuel

Que posso dizer, se não obrigado pelo elogio.

beijo