Os idos de Maio






Há mais ou menos quarenta anos um fenómeno conhecido com Maio de 1968 abalou estruturalmente o “Mundo Ocidental”.
Primeiro em França, mas abrangendo de um modo geral os países fronteiriços, o Reino Unido abalou, o Japão também, nos Estados Unidos da América o Movimento do flower power sustentado com horror da Guerra do Vietname, também mudou a face da sociedade.
Cá em Portugal, com um atraso de um ano, apesar de um regime repressivo, apesar da censura e da PIDE, a sociedade abalou com Movimento Estudantil.
Por todo o mundo dito civilizado jovens, estudantes, cultos, pouco ou nada politizados, conseguiram abalar uma sociedade onde imperava uma paz podre a coberto de um período de reconstrução após a Segunda Guerra Mundial e uma pseudo qualidade de vida.
A Guerra da Argélia, a Guerra do Vietname, a Guerra Colonial Portuguesa, não eram comparáveis á segunda Guerra Mundial, não estávamos do lado dos “bons” e esses jovens sabiam-no.
Como em todas as convulsões e conforme quer queiram quer não, a dialéctica de Marx provou-se, tal como nos ensinam na Escola: a Tese estabelecida contrapôs-se a Antítese, o que fica é sempre outra Tese.
Os jovens dos idos anos sessenta do Século XX que desafiaram as convenções, que arrastaram consigo operários e donas de casa numa revolta justa onde estão hoje?
São Ministros?
Euro Deputados?
Ex-Presidentes dos Estados Unidos da América?
Altos Dirigentes de Partidos Neo-Liberais?

Tal como De Gaulle atraiçoaram aquilo porque se tornaram notórios, a sua luta pela justiça e pela liberdade, o seu ímpeto contra a Guerra foi transformado em apoio directo ao avanço militar sobre o Iraque, ao fechar dos olhos sobre as Birmânias, aos acordos com as grandes companhias multinacionais, mesmo que isso implique trabalho escravo de crianças na Índia, as preocupações ecológicas ficaram em definitivo amarradas á lógica brutal das Companhias Petrolíferas e da Industria Automóvel.

Tiveram no entanto um cuidado extremo em educar uma geração pouco culta, pouco atenta, facilmente manobrável, incapaz de distinguir a solidariedade da caridade, incapaz de distinguir um acto de revolta de uma moda.
No entanto ainda assim esqueceram-se da capacidade infinita do ser humano de se renovar, de evoluir, de tirar conclusões por si só, de se defender quando se encontra encurralado.


Estão preparados para sentir o embate quando os jovens de hoje acordarem?

Comentários

Anónimo disse…
Por acaso!
Onde é que eles andam todos?
Será que não sabem que história repete-se e estão mesmo a por-se a jeito.
no entanto no nosso caso o nosso PM nunca deve ter andado em barulhos, afinal isso é tudo obra dos comunas.
Não percebo estão sempre a dizer que os comunas estão acabados e não sei quê e depois mesmo moribundos conseguem fazer tanto barulho.
Mistério!
Anónimo disse…
Olha uma vez mais fantástico ou melhor Obrigado.

Augusto
Anónimo disse…
Agora são eles os Burgueses.
É como o Mário Soares primeiro faz merda e depois vem dizer ao Socrates - Oh rapaz tu vê lá o que é que arranjas.
bivolta disse…
Ana,
Não estou a ser radical se disser que essa malta, os transfugas, são traidores das classes mais desfavorecidas da população. Os "eternos" preconceitos da pequena burguesia de fachada socialista.
Depressa o seu sentido revolucionário muda, é uma questão de acesso às mordomias e vantagens que a alta finança fornece a quem a serve.
Anónimo disse…
Os comunas tem essa mania da dialetica ainda não perceberam que não funciona nem nunca funcionou.
Deixem-se de merdas
bivolta disse…
Os comunas sabem que o materialismo dialectico funciona e mais, caro anónimo reacça,
sabem a força e o poder dos seus inimigos de classe que, contra-natura vão adiando a libertação e a emancipação dos povos e de quem trabalha, com todo o seu arsenal de manigâncias, desde a violência à intoxicação e manipulação da realidade pelos média que dominam.
Nada obstaculiza a sua sanha, a não serem os "comunas" da dialectica, que não se deixam corromper.
......
Um litro de "gazoza" para si.
ahahahahah
bivolta, não perdoes a estes reacças. Trata-os à maneira.
ahahahahahah

Eles pensam que dialectica é retórica. Os tristes.