Donas de Casa desesperadas

A série de ficção americana "Donas de Casa Desesperadas" retrata o dia a dia de quatro mulheres num subúrbio dos Estudos Unidos da América, com especial incidência para os desaires amorosos das ditas.
A série é um sucesso, particularmente por ser ficção…
As donas de casa da série não apresentam problemas financeiros, vivem em casas lindas, tem bons carros e os subúrbios são zonas de qualidade de vida com baixa criminalidade onde se pode criar uma família deixando as crianças brincar na rua ou ficando em casa do vizinho.
Comparando com a o crescente desespero das nossas donas de casa nacionais a caso pois que muda de figura:
Não sendo o deserto apregoado pelos nossos governantes, os subúrbios caracterizam-se: pela falta de acessibilidades, pela tortura das filas de transito, pelo atravessar do Rio, pela falta de investimento nacional nas zonas onde residem uma grande parte da população. Também não podemos aspirar viver um pouco mais para o interior, porque obviamente não existem condições para criar uma família quando a juntar ao crescente desemprego se junta o fecho de maternidades, Centros de Saúde e Escolas.

O dia a dia da comum das portuguesas é desesperante porque mesmo as conseguem constituir família arrastam consigo essa situação como se de um crime se tratasse: mesmo que consigam um emprego, mesmo consigam ter um filho e gozar a licença de maternidade sem ser despedida com a capa de qualquer outra "flexibilidade empresarial", irão arrastar-se no calvário de tentar arranjar cresce, ama ou afim para o pequeno rebento, angustiar-se com as fraldas com IVA a 21%, aplicar-se no malabarismo orçamental para adquirir livros e materiais para um "Ensino Gratuito e Obrigatório", temer qualquer exame em que os rebentos sejam postos á prova acalentado sempre a esperança "Deus queira que calhe ao miúdo um exame sem erros", depois quando tudo isso for superado angustiar-se mais uma vez com o ingresso na vida profissional dos filhos, tão difícil que é quase com os prémios da Lotaria Popular.
No final do dia as donas de casa portuguesas estão ainda desesperadas com a sobra de mês no final do salário, com o aumento do custo do petróleo (que arrasta sempre consigo o preço das carcaças, das alfaces e dos bifes), com a improbabilidade de ser talvez um dia reformada e se o chegar ser pensar como é que vai fazer face a tudo com a pensão que é cada vez mais diminuída com as medidas de "justiça social" que emanam quase diariamente do poder central.
As donas de casa portuguesas tem um ar muito menos glamoroso que as a série, também pudera…

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