Começou hoje a Escola, uns entram pela primeira vez naquele espaço colectivo onde passam a fazer parte de outra coisa, entram assim meninos (inclui as meninas) cheios de expectativas, alguns com medo de largar a barra da saia das avós, outros habituados desde bebés a estarem em berçários, creches, entram para o pré-escolar, para o 1º Ano, para os outros anos todos a seguir, entram na expectativa dos amigos, dos novos, dos que já conhecem, do espaço que será a sua casa, quase principal durante muitos meses, entram alvoraçados com bibe, com a mochila nova, a de marca e as outras mais baratas ou que foram de um irmão, entram para conhecer o novo professor ou um professor que já conhecem e que reencontram com alegria, como quem encontra um familiar, entram todos iguais, nas escolas que foram limpas e pintadas, sobre o olhar de quem os deixa à porta e que sente um novo corte num cordão umbilical, são todos iguais os meninos, de nomes estranhos tirados das novelas e das equipas de futebol, os outros com nomes da moda, os outros com nomes simples, os nomes bordados no bibe, escritos em etiquetas com joaninhas e borboletas desenhadas, carros de corrida e dinossauros, todos começam um ciclo novo, como um caderno em branco, a estrear…
Comentários
será que me traz estórias novas?
abraço.
Um beijo.
No meu tempo era a bata branca, o olhar de soslaio para a professora açoriana que parecia nunca mais acabar em altura, de bata branca, que até julguei ir receber mais um vacina, de faces redondas, uns olhos pequeninos por detrás de uns óculos estilo fundo de garrafa, um sorriso na cara, numa mão o livro de ponto com os nossos nomes, na outra ia apontando com uma régua com ponta redonda no fim para não se enganar e, eu questionava para que raio queria ela uma régua com um dos lados a terminar em forma de queijo com uns buraquinhos?
Mais tarde (não muito!)descobri a sua utilização.
Ainda bem que hoje não é permitido o castigo corporal nos alunos da primária, pois acredito que por essa razão, muitos viam na escola não uma forma de melhoria de si visando o futuro aprendendo, mas sim como uma casa de castigos e punições físicas, sendo a esperança de conhecimento desvalorizada face à valorização da intimidação e do medo.
Ouss
A bata branca, também tinha sido do meu irmão, mas agora tinha o meu nome bordado e estava lindo!
Agarrada à mão da minha mãe senti-me tão triste quando ela me deixou, tal como me senti, quando ela me deixou numa fria manhã de Janeiro.
um beijo
Que bem que escreves rapariga
A Lagartinha de Alhos Vedros
1980, Porto Salvo, como o tempo passa!
Ainda tenho os cadernos da minha escola primária e é tão engraçado ver a minha letrita, as composições.
Beijoca.
no mesmo mar