Comprei os coentros, hoje não liguei o telemóvel, um acto espantoso de rebeldia, não querer estar contactável, fiz coisas pequeninas, cortar, picar, refogar, misturar, bater, nessas andanças usei os coentros, a mudança da hora descoordena-me tanto que consegui fazer tudo mais cedo que o normal, mas são descoordenações normais, comigo muitas coisas resultam assim no inverso, senti saudades de coisas pequeninas, na minha cabeça andam umas personagens estranhas, de uma história que estou a alinhavar, com pontos laços e incertos, que possam ser ainda corrigidos, apertados, alargados, imaginei uma cena de amor com elas com as personagens que estão a ser construídas, com peripécias que ouvi contar vezes sem conta, afinal as histórias mais fantásticas são sempre as verdadeiras, mas não me deixam descansar, mesmo enquanto vou tentando resolver outras questões mais comezinhas e diárias, lembro-me das cores dos cabelos, dos gestos e das vontades, das coisas que acho que gostavam, dos tiques e das particularidades, das amarguras e das vitórias que lhes vão abanar a vida, num sitio dessa história irei plantar um canteiro aromático, com hortelã, coentros, alecrim, alguém irá perder a vida cedo demais, um vai seguir um caminho fantástico, outra vai personificar uma revolta inesperada, entretanto amadurecem, vão viver comigo nos meus sonhos, enquanto lhes torço o destino, amanhã vou outra vez cedo dizer olá ao rio, pode ser que me entre um pescador a história….
Comentários
Abreijos.
Um beijo.
Tv te entre um pescador de sonhos na história... ou quem sabe uma Tágide??
Não te esqueças de plantar na tua história um local, um vale, entre duas pequenas montanhas, onde mais tarde possa surgir uma pequena lagoa, das lágrimas derramadas pela personagem que não partiu...
Bj
Beijo
É o livro mais aguardado do ano!
Pelo menos para mim o é!
E que não te falte a força ...
Beijos,
Zorze
Beijos