Quando eu era miúda existiam muitas tabernas, quase todas com um papagaio cinzento africano num poleiro de lata, com uma corrente a prender a pata, pendurada à porta. Quase todos tinham o nome de Chico ou Jacob, tirando um tio meu que tinha uma taberna e mercearia tudo junto, tipo megastore, em Palhais, que em vez do tradicional papagaio tinha um coelho, o coelho morria de velho e passava todo o dia a beber vinho da tigela para onde pingava a torneira da pipa e o resto do tempo esticado na soleira a curtir a bebedeira.
Assim de cabeça, lembro-me do Jacob da Arruda dos Vinhos, na Travessa Luís de Camões onde eu ia encher um frasco de sais de fruto com aguardente que levava de contrabando na visita dia sim dia não que fazia ao boémio tio Artur, meu tio bisavô, vagabundo e músico, internado na Misericórdia, o velhote esfregava as mãos sentava-me ao colo cobria-me de carinhos “Minha rica mascote!”.
O Jacob imitava os travões das bicicletas, quando alguém atravessava a Travessa, o ganir dos cães, quando um carro a descia, nós divertíamo-nos muito a ver os carros pararem e os condutores aflitos a espreitarem debaixo do carro à procura do cão atropelado. Assobiava de várias formas e dizia palavrões, os primeiros que ouvi.
Existia o Chico na Vinícola e outro na Taberna ainda hoje conhecida por Papagaio, frente ao Teatro Cine.
Hoje quase que não existem tabernas, são pubs, Bares de Vinho, etc. e tal, mas existem outro tipo de papagaios, por exemplo no cafezito junto ao meu trabalho existe um sexagenário que comenta as noticias de jornal em voz alta emitido opiniões abalizadas sobre tudo, aliás desse tipo de Nuno’s Rogeiros’s ou afins que percebem de tudo um pouco existem milhentos papagaios, um vizinho de família por exemplo balança entre três portas de cafés e pastelarias no centro da cidade, emitindo opiniões que ninguém pede, sobre moral, politica, futebol, economia, governação, mecânica aeroespacial, tudo mesmo, um poço de sabedoria. Outros mais específicos acompanham qualquer obra com rigor e pormenor, pondo os respectivos defeitos. Sabem porque é que o país não avança, porque é que o petróleo é tão caro, quem é o namorado da rapariga da novela, a melhor táctica para a selecção nacional de futebol, como é que se constrói o TGV, as causas do desemprego e outras coisas.
Assim de cabeça, lembro-me do Jacob da Arruda dos Vinhos, na Travessa Luís de Camões onde eu ia encher um frasco de sais de fruto com aguardente que levava de contrabando na visita dia sim dia não que fazia ao boémio tio Artur, meu tio bisavô, vagabundo e músico, internado na Misericórdia, o velhote esfregava as mãos sentava-me ao colo cobria-me de carinhos “Minha rica mascote!”.
O Jacob imitava os travões das bicicletas, quando alguém atravessava a Travessa, o ganir dos cães, quando um carro a descia, nós divertíamo-nos muito a ver os carros pararem e os condutores aflitos a espreitarem debaixo do carro à procura do cão atropelado. Assobiava de várias formas e dizia palavrões, os primeiros que ouvi.
Existia o Chico na Vinícola e outro na Taberna ainda hoje conhecida por Papagaio, frente ao Teatro Cine.
Hoje quase que não existem tabernas, são pubs, Bares de Vinho, etc. e tal, mas existem outro tipo de papagaios, por exemplo no cafezito junto ao meu trabalho existe um sexagenário que comenta as noticias de jornal em voz alta emitido opiniões abalizadas sobre tudo, aliás desse tipo de Nuno’s Rogeiros’s ou afins que percebem de tudo um pouco existem milhentos papagaios, um vizinho de família por exemplo balança entre três portas de cafés e pastelarias no centro da cidade, emitindo opiniões que ninguém pede, sobre moral, politica, futebol, economia, governação, mecânica aeroespacial, tudo mesmo, um poço de sabedoria. Outros mais específicos acompanham qualquer obra com rigor e pormenor, pondo os respectivos defeitos. Sabem porque é que o país não avança, porque é que o petróleo é tão caro, quem é o namorado da rapariga da novela, a melhor táctica para a selecção nacional de futebol, como é que se constrói o TGV, as causas do desemprego e outras coisas.
Alguns pedem-me para eu lhes fazer o IRS, mas ninguém é perfeito!
Comentários
Xôxos
Ouss
Beijo
Junto da minha escola, numa tasca, havia um papagaio que perguntava aos clientes que vinham a sair
"Já pagaste".
Há por aí umas quantas Câmaras em que eu punha um papagaio à porta para, quando o presidente da dita, fosse a sair, o papagaio perguntasse:
"Então, quanto é que meteste ao bôlso hoje"
Quanto ao outros papagaios, eu arranjava um que quando eles estivessem a arengar diria:
"Perdoai-lhes que eles não sabem o que dizem"
Paz e luz na tua casa.
Papagaios há muitos, tal como, publicitários.
Fanfarronice e muita publicidade, é o que é.
Beijos,
Zorze
Beijos, extensivos à Alexandra (um doce) e à Regininha (um espanto).
Um beijo.
Pois há!
André Batista
Assim mesmo como te digo.
Diogo
Por mim empresto a serra.
Akhen
Era bem pensado uns bichos desses.
Zorze
Publicidade enganosa é crime.
Mugabe
È assim, foi bom estares cá.
Salvo
Fininho, fininho…
Fernando Samuel
Eu tenho muitas.
André Miguel
Incomodam…
Beijos