A minha avó tinha um primo com quem tinha uma relação fraternal, eu gostava muito dele era assim uma espécie de avô alternativo que me chamava princesa e era a bondade em pessoa.
Tinha dois filhos, um filho que coleccionava mulheres, amantes e dividas, mais ou menos como eu coleccionava cromos, uma filha que conseguia destilar todas os defeitos de personalidade existentes, desde a ma língua, ao tom de voz estridente, da inveja à mesquinhez.
Tinha 5 anos fui passar um dia ou dois em casa deles, a tal prima tinha dois filhos no inicio da adolescência, dois rapazes divertidos, fraternos que me tratavam como uma mascote, não sei porquê a minha avó, saiu com o primo Arlindo e a sua mulher a Teresa e eu fiquei aos cuidados da tal megera. De manhã perguntou qualquer coisa como: Gostas de favas?
Eu disse que não, ela disse: Paciência, é o almoço!
Lembro-me que os meus primos propuseram mil e uma alternativas, desde salsichas com ovos, frangos assados, bifes, mas foram favas.
Eu era horrível com o comer, aquele comer era horrível, fora feito sem amor, um ingrediente fundamental na cozinha, sei que mastiguei as favas, bebi muitos copos de água, os meus primos negociaram com a mãe, mas ela foi intransigente, eu tinha de comer.
A meio não consegui e vomitei, não importou tive de comer aquela mistela regurgitada das minhas entranhas.
Ainda hoje as únicas favas que como são fritas, a favas sabem-me a desamor, a tristeza e a injustiça.
Talvez por andar triste não consigo escrever sobre a luminosidade de outros dias de infância, lembro-me deste, depois da morte do primo Arlindo, da prima Teresa e da minha avó, nunca mais vi tal personalidade, não tenho saudades.
Tinha dois filhos, um filho que coleccionava mulheres, amantes e dividas, mais ou menos como eu coleccionava cromos, uma filha que conseguia destilar todas os defeitos de personalidade existentes, desde a ma língua, ao tom de voz estridente, da inveja à mesquinhez.
Tinha 5 anos fui passar um dia ou dois em casa deles, a tal prima tinha dois filhos no inicio da adolescência, dois rapazes divertidos, fraternos que me tratavam como uma mascote, não sei porquê a minha avó, saiu com o primo Arlindo e a sua mulher a Teresa e eu fiquei aos cuidados da tal megera. De manhã perguntou qualquer coisa como: Gostas de favas?
Eu disse que não, ela disse: Paciência, é o almoço!
Lembro-me que os meus primos propuseram mil e uma alternativas, desde salsichas com ovos, frangos assados, bifes, mas foram favas.
Eu era horrível com o comer, aquele comer era horrível, fora feito sem amor, um ingrediente fundamental na cozinha, sei que mastiguei as favas, bebi muitos copos de água, os meus primos negociaram com a mãe, mas ela foi intransigente, eu tinha de comer.
A meio não consegui e vomitei, não importou tive de comer aquela mistela regurgitada das minhas entranhas.
Ainda hoje as únicas favas que como são fritas, a favas sabem-me a desamor, a tristeza e a injustiça.
Talvez por andar triste não consigo escrever sobre a luminosidade de outros dias de infância, lembro-me deste, depois da morte do primo Arlindo, da prima Teresa e da minha avó, nunca mais vi tal personalidade, não tenho saudades.
Comentários
Nós fazemos o possível por esquecer ou não nos lembrarmos do que nos marca negativamente.
Como já tive oportunidade de te contar, o meu pai morreu, eu nem adolescente era ainda.
A minha mãe, sempre me fez as vontades e mais ainda, a nivel de alimentação talvez porque ficamos os dois sozinhos muito cedo, visto os meus irmãos terem casado logo a seguir à morte do meu pai.
Eu nunca gostei de raia e minha mãe nunca ma deu, até um dia que achou que a minha aversão era apenas devida ao facto de sempre me dar o que eu pedia.
Foi ao jantar. Eu não comi. Saí e fui beber apenas um copo de leite.
Para meu azar estava estragado. Como o bebi morno, fiz uma septicémia (caso não frequente com o leite) e estive mais lá, do que cá. Ainda hoje não como raia.
Paz e Luz em tua casa.
Abreijos.
Abreijos.
Abraço!
Eu que ainda por cima que sou uma especie de Mafalda e não sou amante de sopas parece-me o supra sumo da tortura!|
Akhen
Vai lá vai!
Eu gosto de raia....
Salvo
Favas contadas são daquelas imprevisiveis, por vezes as contas saem de outra forma.
Carlos
As megeras são universais, cada familia tem pelo menos uma. Eu favas não gosto, mas figado adoro, até de peixe (uhmm figado de tamboril)
Samuel
só não digo isso desta porque não sei muito como produziu dois filhos maravilhosos.
Cidadão
As megeras são multiresistentes.
Beijos
(um dia hei-de contar-te como comecei a gostar de favas... no Forte de Peniche...)
um beijo.
Fizeste muito bem em vomitar aquela merda. Também não sou grande apreciador de favas.
Vê a coisa por este prisma. As pessoas morrem, as que gostamos e as que não gostamos.
É do arco-da-velha, mas é assim.
Beijos,
Zorze