A Rua era o nosso espaço de brincadeiras, morávamos todos no mesmo quarteirão, ou em quarteirões muito próximos, tínhamos todos mais ou menos a mesma idade, mais ou menos.
Os nossos pais já se conheciam assim de miúdos, nalguns casos os nossos avós.
A zona onde morávamos tinha sido uma quinta, onde o meu pai contava que ia roubar fruta, a Quinta da Cerca, a Casa da cerca ainda lá está.
Brincávamos horas a fio, a tudo, apanhadas, escondidas, eixo, berlindes, tardes a andar de bicicleta, skate. Trocávamos de livros de Banda desenhada, cada um de nós tinha uns quantos, passavam de mão em mão, Asterix, Lucky Luke, Spirou, os outros também, Patinhas, Mónica, Mandrakes.
Quase todos tinham alcunhas ou diminutivos, o Bidu, o Cowboy, a Preta, o Cavalo, o Feto, o Calimero, O Patinho, O Texugo, O Chinês, outras menos dignas…que não vale a pena falar.
Crescemos assim, não éramos betinhos, surfistas, góticos, ou outras coisas, não tínhamos grandes etiquetas a demarcar estatuto social ou a bolsa paterna.
Descobríamos a vida, aprendemos a andar de bicicleta e de patins, a nadar, acampámos, deslocávamo-nos nos mesmos dias para as mesmas praias.
Alguns de nós ainda se cruzam, outros nem tanto, mas quando olho para o fim da rua, num sítio onde existe agora um prédio e onde existiu um espaço livre para brincadeiras e conversas quase que ouço as nossas vozes…
Os nossos pais já se conheciam assim de miúdos, nalguns casos os nossos avós.
A zona onde morávamos tinha sido uma quinta, onde o meu pai contava que ia roubar fruta, a Quinta da Cerca, a Casa da cerca ainda lá está.
Brincávamos horas a fio, a tudo, apanhadas, escondidas, eixo, berlindes, tardes a andar de bicicleta, skate. Trocávamos de livros de Banda desenhada, cada um de nós tinha uns quantos, passavam de mão em mão, Asterix, Lucky Luke, Spirou, os outros também, Patinhas, Mónica, Mandrakes.
Quase todos tinham alcunhas ou diminutivos, o Bidu, o Cowboy, a Preta, o Cavalo, o Feto, o Calimero, O Patinho, O Texugo, O Chinês, outras menos dignas…que não vale a pena falar.
Crescemos assim, não éramos betinhos, surfistas, góticos, ou outras coisas, não tínhamos grandes etiquetas a demarcar estatuto social ou a bolsa paterna.
Descobríamos a vida, aprendemos a andar de bicicleta e de patins, a nadar, acampámos, deslocávamo-nos nos mesmos dias para as mesmas praias.
Alguns de nós ainda se cruzam, outros nem tanto, mas quando olho para o fim da rua, num sítio onde existe agora um prédio e onde existiu um espaço livre para brincadeiras e conversas quase que ouço as nossas vozes…
Comentários
Abreijo.
è certo e sabido que a fruta roubada é sempre mais saborosa!
Beijos
Eu também vivi uma infância e parte da adolescência plena de brincadeiras. Não havia distinções, éramos todos miúdos sem contaminações sociais. Jogávamos hóquei em patins, mas sem patins e balizas improvisadas, organizávamos campeonatos de futebol e corridas de bicicleta.
A Cidade Sol era uma ilha.
Hoje até mete pena...
Beijos,
Zorze
Quem sabe hoje em dia como se brinca à mamã dá licença? e aos potes? e às fitas?
e a como era a roda do lencinho?
Agora os putos só brincam com computadores e similares, pouco brincam na rua
Um beijinho
Lagartinha de Alhos Vedros
que são inspirações profundas
Abreijos
Abraço.
Só a mente escuta ecos da infância, a rua onde me conheci agoniza de silencio, de vida outrora a rebentar, de esperança que brinca às escondidas, de povo unido, em ombros, para lutar.
A revolução é hoje!
Lagartinha-São molinhos, não sabem.
Diogo-O tempo vai passando, mas ainda sei jogar ao berlinde.
Samuel-Podes crer.
Mugabe-Saudades boas.
O Puma-As inspirição profundas são fundamentais.
CRN-Se viver um bocdinho dentro de ti, já valeu a pena!
Beijos
Um beijo.
Continuam dentro de mim!
E no sorriso franco com que nos encontramos e de repente não vejo o Engenheiro, o Professor, o Operário, vejo os meus amigos de borbulhas e bibes, berlindes e livros aos quadradinhos!
beijos