Pronto sempre que alguém fala em pastéis de feijão ou surf, lembro-me de ti.
O primeiro surfista que conheci, quando nem era moda ser surfista.
Calado, simpático, ganhaste o estatuto de familiar, ficavas connosco toda a semana e ao fim de semana partias, para as tuas ondas, voltavas com a Renault 4 carregada de pastéis de feijão, Casa Coroa, Torres Vedras, divinais!
Trazias ainda garrafas de vinho, um vinho especial, leve, que lá arranjavas, ao domingo esperávamos já esse contributo.
Depois os serões que passávamos juntos, eu recem casada, casamento que fizeste questão de assistir, como filho adoptivo dos meus tios sem filhos, nesses serões, para não ficar sozinha ficava contigo, ficávamos a falar de tudo, música, arte, história, explicavas os movimentos do surf, eu dava-te sugestões para peças novas que irias modelar em barro.
Tenho uma foto tua com um ar sorridente e os olhos verdes a fazer conjunto com a camisola.
E tenho o exemplar de “A Voz dos Deuses” rabiscado por ti, com bonecos e uma data, umas frases sobre a amizade e estarmos sempre cá.
E sorrias a examinar os meus bebés a dormirem, vias as unhas minúsculas perfeitas, as orelhas, as pálpebras, e espanto dizias “Giro, tão pequenino!”
Depois tiveste que partir, quando vinhas de visita era uma Festa, uma Festa com pastéis de feijão e vinho leve.
Já cá não estás!
Uma doença rápida e mortal corroeu-te a vida em poucos meses, estranhos os teus silêncios, até alguém nos ter telefonado.
Já tinhas partido, com ordens expressas para que não fossemos avisados, para não te vermos assim, a partires, ordens expressas para que não fossemos incomodados, que não houvessem exéquias.
O teu irmão não conseguiu, no último minuto traiu a promessa.
Portanto surf e pastéis de feijão és tu, com vinho leve, olhos verdes e uma amizade segura.
Tenho saudades de pastéis de feijão.
O primeiro surfista que conheci, quando nem era moda ser surfista.
Calado, simpático, ganhaste o estatuto de familiar, ficavas connosco toda a semana e ao fim de semana partias, para as tuas ondas, voltavas com a Renault 4 carregada de pastéis de feijão, Casa Coroa, Torres Vedras, divinais!
Trazias ainda garrafas de vinho, um vinho especial, leve, que lá arranjavas, ao domingo esperávamos já esse contributo.
Depois os serões que passávamos juntos, eu recem casada, casamento que fizeste questão de assistir, como filho adoptivo dos meus tios sem filhos, nesses serões, para não ficar sozinha ficava contigo, ficávamos a falar de tudo, música, arte, história, explicavas os movimentos do surf, eu dava-te sugestões para peças novas que irias modelar em barro.
Tenho uma foto tua com um ar sorridente e os olhos verdes a fazer conjunto com a camisola.
E tenho o exemplar de “A Voz dos Deuses” rabiscado por ti, com bonecos e uma data, umas frases sobre a amizade e estarmos sempre cá.
E sorrias a examinar os meus bebés a dormirem, vias as unhas minúsculas perfeitas, as orelhas, as pálpebras, e espanto dizias “Giro, tão pequenino!”
Depois tiveste que partir, quando vinhas de visita era uma Festa, uma Festa com pastéis de feijão e vinho leve.
Já cá não estás!
Uma doença rápida e mortal corroeu-te a vida em poucos meses, estranhos os teus silêncios, até alguém nos ter telefonado.
Já tinhas partido, com ordens expressas para que não fossemos avisados, para não te vermos assim, a partires, ordens expressas para que não fossemos incomodados, que não houvessem exéquias.
O teu irmão não conseguiu, no último minuto traiu a promessa.
Portanto surf e pastéis de feijão és tu, com vinho leve, olhos verdes e uma amizade segura.
Tenho saudades de pastéis de feijão.
Comentários
Keith Jarrett parece aumentar ainda mais a saudade, sabes escolher.
Abreijo.
Eu aprecio imenso surf, porque tenho medo de ondas assim fico espantada com o que eles fazem com a prancha em cima das ondas!
Que apetitosos os pasteis de jeijão, mesmo arirem-se para mim, até apetece estender a mão e comer.
Abraços.
Lagartinha de Alhos Vedros
Lagartinha-Não quero pensar que é uma história triste, ficou uma tonelada de gargalhadas eternizadas nos pasteis de feijão, em fotos, em recordações, em peças de cerâmica feitas por ele.
Foi um amigo muito querido, que basicamente era considerado como familia, viveu literalmente com a minha familia durante 5 anos, tinhamos multiplas cumplicidades.
Á conta dos pasteis lembrei-me dele com mais força!
Beijos
abraço grande
definitivamente...
sempre na nossa mente
o sabor
da
amizade...!
Lindo o teu texto!
Um beijo
F Nando-Acho que todos temos sabores guardados.
Ausenda-Eram estranhos os silêncios, eram.
Eric-Os pasteis eram sempre uma delicia, como a nossa amizade.
beijos
As recordações na nossa cabeça continuam vivas. Por isso perpetuamos outras vidas.
Beijos,
Zorze
parabéns.
Um beijo.
http://ruadosenforcados.blogspot.com
Mugabe-Recebido!
Zorze-È verdade-
Ludo-Merece mesmo, era um grande amigo!
Fernando Samuel-Obrigado.
Enforcadinho-Depois passo.
beijos
beijos